domingo, 31 de outubro de 2010

Travessuras ou travessuras

 ATENÇÃO: Esse post é enormemente enorme!
Feliz Halloween!
Ou não. Huhuhu.

Como eu comentei no post de Fatal Frame, eu amo histórias de terror. Amo mesmo. E claro que eu não podia deixar a grande oportunidade do Dia das Bruxas passar, não é? A verdade é que eu não quero que vocês durmam essa noite.
Bom, quarta-feira foi o décimo aniversário do jogo de Nintendo 64 The Legend of Zelda: Majora's Mask. Não vou falar muito sobre o game em si, posso me aprofundar nisso depois. Digo que ele foi feito pouco depois do Ocarina of Time, e na pressa, por isso, é um tanto mais curto.
Porééééém, Majora's Mask sempre teve um ar mais obscuro e misterioso do que todos os outros Zeldas, como se tivesse algo a mais por trás de tudo que acontece no jogo, algum segredo. Quem jogou ou tem uma noção de como ele é sabe bem do que estou falando.
E, bem... Talvez tenha mesmo algo... Diferente em Majora's Mask.
O texto que vocês vão ler agora foi postado em um fórum por um cara que se nomeia Jadusable. Essas coisas começaram no início de setembro, e tem se estendido até agora.
(O texto estava em inglês, eu traduzi, então me desculpem se algumas partes parecerem esquisitas! Deixei falas e nomes que aparecem no jogo em inglês.)




Recentemente, começando o segundo ano do colégio, eu me mudei para o meu dormitório, e um amigo meu me deu seu velho Nintendo 64 para jogar. Eu finalmente poderia jogar todos aqueles velhos jogos da minha infância, nos quais eu não havia tocado por pelo menos uma década. O Nintendo 64 tinha um controle amarelo e uma cópia um tanto vagabunda de Super Smash Brothers, e é desnecessário dizer que não demorou muito até que eu ficasse entediado de tanto derrotar os CPUs de nível 9.
Naquele final de semana, eu decidi dirigir por algumas vizinhanças que ficam mais ou menos a 20 minutos do campus, procurando vendas de garagem e esperando achar algumas boas ofertas vindas de pais ignorantes. Eu acabei conseguindo uma cópia de Pokémon Stadium, Goldeneye (fuck yeah), F-Zero, e outros dois controles por dois dólares. Satisfeito, eu comecei a dirigir para longe da vizinhança quando uma última casa chamou minha atenção. Eu ainda não faço idéia do por quê, não havia carros lá, e tinha uma única mesa com algumas velhas coisas aleatórias, mas algo meio que me atraiu para lá. Geralmente, eu confio no meu instinto para esse tipo de coisa, então eu saí do carro e fui recebido por um velho. Sua aparência externa era, por falta de uma palavra melhor, desagradável. Era estranho, e se vocês me perguntassem por que eu achei que ele era desagradável, eu realmente não poderia apontar nada – simplesmente havia algo sobre ele que me deixava nervoso, não consigo explicar. Tudo que posso lhes dizer é que, se não estivesse no meio da tarde e não houvesse pessoas gritando ao longe, eu não teria nem ao menos pensado em me aproximar desse homem.
Ele me deu um sorriso torto e perguntou o que eu estava procurando, e, imediatamente, eu percebi que ele devia ser cego de um dos olhos; seu olho direito tinha esse ar “vidrado”. Eu me forcei a olhar para seu olho esquerdo, tentando não ofender, e perguntei se ele tinha algum game velho.
Eu já estava imaginando como eu poderia me desculpar polidamente pela situação quando ele me dissesse que nem tinha idéia do que era um game, mas, para a minha surpresa, ele disse que tinha alguns em uma velha caixa. Ele me assegurou de que voltaria num instante, e virou-se para voltar para a garagem. Enquanto eu observava-o mancar para longe, não pude deixar de notar o que ele estava vendendo na mesa. Espalhadas sobre ela estavam pinturas bastante... Peculiares; várias peças de arte que se pareciam com manchas de tinta que um psiquiatra costuma te mostrar. Curioso, eu olhei-as – era óbvio porque ninguém estava visitando a venda de garagem daquele cara, já que aquelas coisas não eram esteticamente agradáveis. Quando cheguei à última, por alguma razão, parecia quase igual à máscara Majora – a mesma forma de coração com pequenos espinhos saindo da borda. Inicialmente, eu pensei que, já que eu estava esperando encontrar algum game naquelas vendas de garagem, alguma falsa merda Freudiana estava se projetando nas manchas de tinta, mas, dados os eventos que aconteceram depois, não estou mais tão certo disso. Eu deveria ter perguntado ao homem sobre isso. Eu gostaria de ter perguntado ao homem sobre isso.
Depois de observar a mancha-Majora, olhei para cima e o velho, de repente, estava lá de novo, estendendo os braços para mim, sorrindo. Admito que pulei, apenas como reflexo, e ri nervosamente quando ele me deu uma fita de Nintendo 64. Tinha aquela cor cinza padrão, mas alguém tinha escrito Majora com um marcador permanente preto. Senti borboletas no estômago quando percebi a coincidência, e perguntei a ele quanto queria pela fita.
O velho sorriu para mim e me disse que eu poderia levar de graça, que tinha pertencido a um garoto, mais ou menos da minha idade, que não vivia mais lá. Tinha alguma coisa estranha no modo como o homem disse aquilo, mas não prestei muita atenção a esse detalhe, eu estava muito concentrado no fato de não apenas ter achado o game, como também poder levá-lo de graça.
Lembrei-me que eu deveria duvidar um pouco, já que aquela parecia uma fita um tanto suspeita e não tinha nenhuma garantia de iria funcionar, mas, então, o meu eu-otimista intercedeu, dizendo que talvez fosse um tipo de versão beta ou pirateada do game, e aquilo era tudo o que eu precisava para voltar a ter nove anos. Agradeci ao homem, ele sorriu e me desejou boa sorte, dizendo “Adeus, então!” – pelo menos, para mim, foi isso que pareceu. Durante todo o caminho de carro para casa, eu tinha uma dúvida insistente de que o homem tinha dito outra coisa. Meus receios foram confirmados quando eu liguei o jogo (que, para minha surpresa, funcionou normalmente) e lá estava um save com o nome de “BEN”. “Adeus, Ben”, ele estava dizendo “Adeus, Ben” (do original, “Goodbye then"). Senti-me mal pelo homem, obviamente um avô e obviamente ficando senil, e eu – por alguma razão – lembrava-o de seu neto “Ben”.
Só por curiosidade, dei uma olhada no save. De relance, eu podia dizer que ele estava bastante avançado no jogo – ele tinha quase todas as máscaras e ¾ dos restos dos boss. Percebi que ele tinha usado uma Owl Statue para salvar o jogo, estava no dia 3 e em Stone Tower Temple, com menos de uma hora restante antes da lua cair. Lembrei de pensar que era uma pena que ele tinha chegado tão perto de zerar o jogo, mas nunca terminara. Fiz um novo file chamado “Link”, só pela tradição, e comecei o jogo, pronto para reviver minha infância.
Para uma fita suspeita, eu fiquei impressionado com o quão bem rodava – literalmente uma cópia retalhada do jogo, com exceção de alguns pulos aqui e ali (como texturas estando onde não deveriam, flashes de cenas em intervalos estranhos, mas nada muito ruim). Porém, a única coisa que me dava nos nervos era que, algumas vezes, os NPCs me chamavam de “Link”, e, outras vezes, me chamavam de “BEN”. Pensei que era só um bug – alguma coisa na programação que estava fazendo com que nosso files se misturassem, ou algo assim. Aquilo meio que me assustava, e, foi depois de um tempo, mais ou menos depois que eu acabei o Woodfall Temple, que eu arrependidamente fui até os saves e deletei “BEN” (minha intenção era de preservar o file só em respeito pelo dono original do game, mas, de qualquer forma, eu não precisava de dois saves), esperando que aquilo fosse resolver o problema. Resolveu e não resolveu, onde deveria estar meu nome, aparecia apenas um espaço em branco (meu save ainda se chamava “Link”). Frustrado, e com lição de casa para fazer, eu deixei o jogo de lado por um dia.
Comecei a jogar de novo noite passada, peguei a Lens of Truth e continuei jogando, tentando completar Snowhead Temple. Agora, alguns de vocês, jogadores mais hardcore de Majora’s Mask, sabem sobre o glitch do “Quarto Dia” – para aqueles que não sabem, vocês podem procurar no Google, mas o ponto principal disso é, assim que o relógio estiver quase no 00:00:00 do dia final, você tem que falar com o astrônomo e olhar pelo telescópio. Se você calcular bem o tempo, o contador desaparece e você ganha outro dia para terminar o que quer que estivesse fazendo. Decidindo fazer o glitch para tentar terminar Snowhead, eu consegui na primeira tentativa, e o contador na parte de baixo da tela desapareceu.
Porém, quando eu apertei B para sair do telescópio, ao invés de ser recebido pelo astrônomo, eu me vi na batalha com Majora no final do jogo (a arena), encarando Skull Kid enquanto ele flutuava sobre mim. Não havia som, apenas ele flutuando no ar, e a música de fundo normal para a área (mas ainda assim assustadora). Imediatamente, as palmas das minhas mãos começaram a suar – aquilo definitivamente não era normal. Skull Kid NUNCA aparecia lá. Eu tentei me mover pelo lugar, e, não importava aonde eu fosse, Skull Kid estava sempre me encarando, me olhando, sem dizer nada. Nada acontecia, e isso continuou por mais ou menos sessenta segundos. Eu pensei que o jogo tinha bugado, ou algo assim – mas eu estava começado a duvidar muito disso.
Quando eu estava quase alcançando o botão de reset, um texto apareceu na tela: “You’re not sure why, but you apparently had a reservation...” (Você não tem certeza de como, mas, aparentemente, você tinha uma reserva...). Eu reconheci aquele texto instantaneamente – você recebe essa mensagem quando consegue a Room Key de Anju no Stock Pot Inn, mas porque estava lá? Recusei-me a entreter a noção de que quase parecia que o jogo estava tentando se comunicar comigo. Eu comecei a explorar o lugar de novo, testando para ver se havia algo com o qual eu pudesse interagir, mas então eu percebi o quão idiota eu era – pensar que alguém poderia reprogramar o jogo assim era absurdo. Quinze segundos depois, outra mensagem apareceu na tela, e, como a primeira, era uma pré-existente “Go to the lair of the temple’s boss? Yes/No” (Ir para o lar do chefe do templo? Sim/Não). Pausei por um segundo, contemplando o que eu deveria pressionador e como o jogo iria reagir, quando percebi que não podia apertar não. Respirando fundo, pressionei Sim e a tela transformou-se em branco, com as palavras “Dawn of a New Day” (Aurora de um Novo Dia) com o subtexto “||||||||” embaixo. O lugar para onde fui transportado me encheu com o mais intenso sentimento de pavor e medo iminente que eu já tinha experimentado.
O único modo que eu tenho de descrever o jeito como me senti ali é essa inexplicável sensação de depressão profunda. Normalmente, eu não sou uma pessoa deprimida, mas o jeito como me senti era um sentimento que eu não sabia que existia – era uma presença tão retorcida, tão poderosa que parecia me envolver completamente.
Eu apareci numa versão estranha de uma zona-do-crepúsculo de Clock Town. Eu saí de Clock Tower (o que normalmente se faz quando se começa do Dia 1) apenas para descobrir que todos os habitantes haviam desaparecido. Na maioria das vezes, com o glitch do Quarto Dia, você ainda pode achar os guardas e o cachorro que corre fora da torre – dessa vez, todos tinham sumido. O que os substituiu foi a ameaçadora sensação de que havia algo lá, no mesmo lugar que eu, me observando. Eu tinha quatro flechas e o Hero’s Bow, mas, naquele ponto, eu não me considerava mais como meu avatar, eu pessoalmente me sentia como se estivesse em algum tipo de perigo. Talvez a coisa mais arrepiante fosse a música – era a Song of Healing, tirada do próprio jogo, tocada de trás para frente. A música ficava mais alta, como se dissesse que você deveria esperar que algo aparecesse bem à sua frente, mas nada aconteceu, e aquele loop constante começou a afetar meu estado mental.
Vez ou outra, eu escutava a fraca risada do Happy Mask Salesman ao fundo, baixa o bastante para eu não ter certeza se eu estava ouvindo coisas, mas alta o bastante para me deixar determinado a encontrá-lo. Eu olhei em todas as quatro zonas de Clock Town, apenas para não encontrar nada.... Ninguém. Texturas estavam faltando, eu andava no ar em West Clock Town, toda a área parecia... Quebrada. Desesperadamente quebrada. Assim que a Song of Healing repetiu-se pelo que parecia a 50ª vez, eu me lembro de estar no meio de South Clock Town percebendo que eu nunca antes tinha me sentido tão sozinho num videogame.
Enquanto eu andava pela cidade fantasma, não sei se era por causa da combinação de texturas fora do lugar e a atmosfera e a assombrosa melodia de uma música antes pacífica e calmante sendo destruída e distorcida, mas eu estava literalmente à beira das lágrimas e não tinha idéia do por quê. Eu dificilmente choro, mas ali, algo tinha me agarrado e esse poderoso sentimento de depressão era, ao mesmo tempo, exótico e destruidor.
Eu tentei sair de Clock Town, mas, toda vez que eu tentava, a tela ficava preta e eu aparecia em outra parte da cidade. Tentei tocar minha Ocarina, eu queria escapar, e eu NÃO queria estar lá, mas toda vez que eu tocava a Song of Time ou a Song of Soaring, aparecia somente “Your notes echo far, but nothing happens” (Suas notas ecoam longe, mas nada acontece). Nesse ponto, era óbvio que o jogo não queria que eu saísse, mas eu não tinha idéia do porque estava me prendendo lá. Eu não queria entrar nas casas. Eu sentia que, dentro delas, eu estaria vulnerável a o que quer que estivesse me apavorando. Não sei porque, mas eu tive a idéia de que, se eu me afogasse em Laundry Pool, talvez eu pudesse reviver em outro lugar e deixar Clock Town.
Enquanto eu corria até lá, foi quando aconteceu. Link agarrou sua cabeça, e, por um momento, o Happy Mask Salesman apareceu, sorrindo para mim – não para Link -, para mim, com o grito de Skull Kid tocando ao fundo e, quando a tela voltou ao normal, eu estava encarando a estátua de Link que aparece quando se toca a música Elegy of Emptiness. Eu gritei quando a coisa me encarou de volta com aquela expressão assombrosa. Eu me virei e corri de volta para South Clock Town, e, para o meu horror, a droga da estátua me seguia de um modo que eu só podia comparar com os Weeping Angels de Doctor Who. De vez em quando, em intervalos aleatórios, tocaria a animação da estátua aparecendo atrás de mim. Era como se a coisa estivesse me perseguindo, ou – eu não quero nem dizer isso – me assombrando.
Nesse ponto, eu estava à beira da histeria, mas em momento algum eu pensei em desligar o console, não sei por que, eu estava tão envolvido nisso tudo – o terror parecia tão real. Eu tentei afastar a estátua, mas ela aparecia logo atrás de mim toda vez. Link começou a fazer algumas animações estranhas que eu nunca tinha o visto fazer antes, ele batia seus braços ou tinha espasmos randômicos, e a tela, por um momento, mudava para o Happy Mask Salesman sorrindo antes que eu me visse de novo frente a frente com aquela merda daquela estátua. Eu acabei indo para o Swordmaster’s Dojo e corri para o fundo, não sei por que, mas no meu estado de pânico, só queria algum tipo de garantia de que eu não estava sozinho lá. Para o meu medo, não achei ninguém, mas quando me virei para sair, a estátua me encurralou no cubículo. Eu tentei atacá-la com a minha espada, em vão. Confuso, e preso num canto, eu apenas encarei a estátua, esperando-a me matar. De repente, o rosto do Happy Mask Salesman apareceu de novo e Link virou-se para encarar minha tela, ficando lado a lado com a estátua, me olhando junto com sua cópia. Literalmente me encarando. O que quer que tivesse restado da quarta parede estava completamente quebrado quando corri para fora do dojo, aterrorizado. Subitamente, o jogo me transportou para um túnel no subsolo, e a Song of Healing reversa tocou novamente enquanto eu ganhava um momento de descanso antes que a estátua começasse a aparecer atrás de mim de novo... Dessa vez agressivamente – eu só podia dar alguns passos antes que se conjurasse por detrás de mim. Apressadamente, eu saí do túnel e apareci em Southern Clock Town. Corri sem rumo, em puro pânico. Um Redead gritou e a tela ficou preta, enquanto o “Dawn of a New Day” e “||||||||” apareceu de novo.
A tela voltou ao normal, e eu estava no topo da Clock Tower com Skull Kid flutuando sobre mim novamente, em silêncio. Olhei para cima e a lua estava de volta, apenas alguns metros acima da minha cabeça, mas Skull Kid apenas olhou para mim assombrosamente com aquela maldita máscara. Uma nova música estava tocando – o tema de Stone Tower Temple tocado ao contrário. Em um tipo de tentativa desesperada, eu equipei meu arco e atirei uma flecha em Skull Kid – acertou-o, e apareceu a animação dele cambaleando para trás. Atirei de novo, e, na terceira flecha, uma caixa de texto apareceu dizendo “That won’t do you any good. Hee, hee.” (Isso não vai adiantar nada) e eu fui levantado, levitado para cima com minhas costas voltadas para o chão, e então Link gritou assim que explodiu em chamas, que instantaneamente o mataram.
Eu pulei quando isso aconteceu – nunca tinha visto esse ataque sendo usado por QUALQUER UM no jogo, e o próprio Skull Kid não TEM nenhum ataque. Enquanto aparecia a tela da morte, meu corpo sem vida ainda queimando, Skull Kid riu e a tela ficou preta, apenas para eu reaparecer no mesmo lugar. Decidi desafiá-lo, mas a mesma coisa aconteceu, o corpo de Link foi levantado do chão por alguma força desconhecida e imediatamente explodiu em flamas de novo, matando-o. Dessa vez, durante a tela da morte, os fracos sons da Song of Healing reversa podiam ser ouvidos. Na minha terceira (e última tentativa), percebi que não havia música tocando, tudo o que havia era um estranho silêncio. Eu lembrei que, no encontro original com Skull Kid, você deve usar a Ocarina para, ou voltar no tempo, ou chamar os gigantes. Tentei tocar a Song of Time, mas, antes que eu pudesse atingir a última nota, o corpo de Link foi horrivelmente erguido no ar de novo, explodiu em chamas e morreu.
Assim que a tela da morte começou a se aproximar do final, ela começou a repetir um barulho, como se a fita estivesse tentando processar muito de alguma coisa... Quando a tela voltou, era a mesma cena das três primeiras vezes, exceto que, dessa vez, Link estava deitado no chão, morto, numa posição que eu nunca havia visto no jogo antes, sua cabeça inclinada em direção a câmera, com Skull Kid flutuando sobre ele. Eu não podia me mover, eu não podia pressionar nenhum botão, tudo o que eu podia fazer era encarar o corpo morto de Link. Depois de trinta segundos disso, o jogo simplesmente desapareceu com a mensagem “You’ve met with a terrible fate, haven’t you?” (Você encontrou um terrível destino, não é mesmo?) antes de me mandar para a tela do título.
Ao voltar para a tela do título e começar novamente, percebi que meu save não estava mais lá. Ao invés de “Link”, havia “YOUR TURN” (sua vez). “YOUR TURN” tinha 3 corações, 0 máscaras e nenhum item. Eu selecionei “YOUR TURN” e, imediatamente, voltei à cena no topo da Clock Tower, com o meu Link morto e Skull Kid flutando acima, sua risada tocando de novo e de novo. Eu rapidamente apertei o botão de reset e, quando o jogo recomeçou, havia mais um file adicionado embaixo de “YOUR TURN”, intitulado “BEN”. O save de “BEN” estava do mesmo jeito de quando eu tinha deletado-o, em Stone Tower Temple com a lua quase caindo.
Eu desliguei o jogo nesse ponto, não sou supersticioso, mas isso é MUITO bizarro, até mesmo para mim. Eu não joguei hoje, inferno, eu nem ao menos consegui dormir noite passada, fiquei ouvindo a Song of Healing reversa na minha cabeça e lembrando a sensação de terror que senti explorando Clock Town. Dirigi de volta para a casa do velho hoje, com um amigo meu (não vou lá sozinho de modo algum), para perguntar algumas coisas, e descobri que tinha uma placa de “À venda” no jardim da frente e, quando apertei a campainha, não havia ninguém em casa.
Agora, estou aqui de volta, escrevendo o resto dos meus pensamentos e recordando o que aconteceu, desculpe se há alguns erros gramaticais ou algo assim, mas eu não preguei o olho essa noite. Estou aterrorizado com o jogo, e mais ainda agora que revivi tudo escrevendo isso, mas eu sinto como se tivesse mais do que se pode ver, e que há algo que fica me chamando para investigar. Eu acho que “BEN” é algo nessa equação, mas eu não o quê, e se eu pudesse falar com o velho, então eu poderia achar algumas respostas. Eu preciso de mais um dia para me recuperar antes de enfrentar esse jogo de novo, sinto que já pegou uma parte da minha sanidade, mas, da próxima vez que eu fizer isso, vou gravar tudo. A idéia de gravar só me veio a caminho do final, então você vê os últimos minutos do que eu vi (incluindo Skull Kid e a Elegy Statue), está no Youtube.


Eu vou postar o que aconteceu e linkar a gravação, mas, noite passada, tudo ficou muito real para mim. Acho que estou cheio de brincar com isso. Eu desmaiei logo depois de fazer aquela narrativa. Mas noite passada, eu tive um sonho sobre aquela Elegy of Emptiness Statue. Eu sonhei que estava me seguindo, que eu estaria cuidando das minhas próprias coisas quando sentiria meus cabelos da nuca se arrepiarem. Eu iria me virar e aquela coisa... Aquela estátua horrível e sem vida estaria me encarando com aqueles olhos vazios, apenas a alguns centímetros de mim. No meu sonho, eu me lembro de chamá-la de Ben, e nunca antes eu tinha tido um sonho que eu pudesse lembrar tão vividamente. Mas o que é importante aqui é que eu dormi um pouco, acho.
Hoje, me afastando do jogo o máximo que eu podia, dirigi de volta para aquela vizinhança para ver se o velho tinha voltado. Como eu esperava, o carro ainda estava sumido e ninguém estava em casa. Enquanto eu voltava para meu carro, o homem da casa ao lado, que estava cortando a grama, desligou seu cortador de grama e me perguntou se eu estava procurando alguém. Disse-lhe que eu estava tentando falar com o homem que vivia ali, e o cara me disse o que eu já sabia – ele estava se mudando. Tentando algo diferente, eu perguntei se o velho tinha alguma família ou alguns parentes com quem eu poderia falar. Eu descobri que esse velho nunca tinha se casado, nem tinha tido nenhum filho ou neto através de adoção. Começando a ficar preocupado, eu perguntei uma última coisa, uma coisa que eu deveria ter perguntado logo no início – quem era Ben? A expressão do homem ficou sombria, e eu aprendi que, depois de quatro casas, há mais ou menos oito anos, no dia 23 de Abril – o homem me informou que era o mesmo dia de seu aniversário, é por isso que eu sei a data específica – houve um acidente com um jovem garoto chamado Ben na vizinhança. Logo depois, seus parentes se mudaram e apesar das tentativas de falar com o homem para conseguir mais informação, ele não divulgaria mais nada.
Eu voltei e comecei a jogar de novo, carreguei o jogo e imediatamente pulei a tela de título onde a máscara voa – o som que tocava não era o “whoosh” normal, era algo muito mais agudo. Apertei start, me preparando para o pior, mas, assim como havia acontecido duas noites atrás,  os files “Your Turn” e “BEN” eram mostrados (para falar a verdade, eu olhei o file BEN mais cedo, parece que pende entre mostrar o Owl Save e não mostrar). Eu selecionei o file BEN, hesitei por um momento, percebendo que os stats não eram os mesmos que eram originalmente há duas noites, parecia que ele já havia completado Stone Tower Temple dessa vez... Reunindo minha coragem, eu o selecionei.
Imediatamente, eu fui introduzido num completo caos. Seguramente, eu estava fora de Stone Tower Temple, mas isso era tudo que era esperado. O lugar em si não era chamado Stone Tower Temple, mas sim “St o n e”, e imediatamente uma caixa de diálogo repleta de letras sem nexo me recebeu. O corpo de Link estava distorcido – suas costas estavam violentamente inclinadas para o lado, e sua postura estava permanentemente desfigurada. A expressão de Link estava tediosa, quase monótona, ele tinha uma expressão em sua face que eu não reconheci, era um olhar vazio – como se ele estivesse morto. Enquanto Link estava lá, seu corpo dava espasmos irregulares para frente e para trás. Eu examinei o que havia acontecido com o meu avatar e percebi que eu tinha um item num dos botões C que nunca tinha visto antes, um tipo de mapa, mas pressioná-lo não fazia nada. Sons tocavam, eu não os reconheci como sendo do jogo – quase demoníacos, e tinha um tipo de grito agudo ou uma risada ou algo assim tocando ao fundo. Eu tive quase dois minutos para explorar ao meu redor antes de mais uma daquelas estátuas Elegy of Emptiness fudidas fosse chamada e, imediatamente, a tela se transformou naquela “Dawn of a New Day”, exceto que, dessa vez, estava sem o subtexto “||||||||”.
Eu era um Deku Scrub em Clock Town – essa cena normalmente acontece depois da primeira vez que você volta no tempo. Tatl disse “Wh-What Just happened? It’s as if everything has...” (O que aconteceu? É como se tudo…), mas ao invés de dizer “Started over” (Recomeçado), ela terminou seu comentário num texto quebrado enquanto a risada do Happy Mask Salesman tocava ao fundo. Eu voltei a ter controle sobre meu personagem, mas de um ângulo de merda – eu estava olhando de dentro da porta da Clock Tower, assistindo meu avatar correr por aí como um Deku Scrub. Vendo que eu não tinha nenhum lugar para ir porque não podia ver nada, eu, de má vontade, fui para dentro da porta. Lá, fui recebido pelo Happy Mask Salesman, que simplesmente me disse “You’ve met with a terrible fate, haven’t you?” antes de a tela ficar branca.
Eu estava em Termina Field como um humano novamente. Eu poderia muito bem não estar jogando mais o mesmo jogo – eu estava sendo transportado por aí e não tinha nenhum sinal de um relógio nem nada. Eu demorei um momento para me orientar enquanto olhava ao redor do campo, e imediatamente pude dizer que aquilo não era normal. Não havia inimigos, e uma versão distorcida do tema do Happy Mask Salesman estava tocando. Decidi correr para Woodfall antes de notar uma reunião de três figuras em um lado – uma delas sendo Epona. Enquanto me aproximava deles, para o meu horror, vi o Happy Mask Salesman, Skull Kid e a estátua Elegy of Emptiness parados lá. Percebi que talvez eles só estivessem bugados, mas, agora, eu digo que deveria ter pensado melhor. Ainda assim, me aproximei cuidadosamente, e descobri que Skull Kid estava repetindo uma animação num loop, o mesmo com Epona, e a estátua Elegy of Emptiness estava fazendo o que sempre fazia – apenas ficando ali parada. Era o Happy Mask Salesman que me asssutava mais profundamente do que os outros dois.
Ele também estava parado, com aquele sorriso desgraçado no rosto, mas, pra onde quer que eu me movia, sua cabeça lentamente virava e me seguia. Eu não tinha começado nenhum diálogo com ele e nem estava em combate com ele, mas, ainda assim, sua cabeça continuava a seguir meus movimentos. Lembrou-me do meu primeiro encontro com Skull Kid no topo da Clock Tower, eu saquei minha Ocarina (para a qual o jogo toca o som de ding quando você precisa tocar sua Ocarina) e tentei uma música que ainda não tinha tocado – a própria música do Happy Mask Salesman e a música que tinha ficado tocando em loop no Dia 4 – a Song of Healing.
Eu terminei de tocar a música e, assim que terminei, um som agudo de furar os tímpanos irrompeu da minha TV, o céu imediatamente começou a piscar, o tema distorcido do Happy Mask Salesman acelerou, intensificando o medo dentro de mim, e Link explodiu em chamas e morreu. As três figuras permaneceram iluminadas durante a minha tela de morte enquanto assistiam meu corpo sem vida queimar. Eu não posso descrever para vocês o quão aterrorizante e súbita é a transição entre estranheza e pavor, vocês vão ter que assistir o vídeo se quiserem ver em primeira mão. O mesmo medo que fez com que eu ficasse sem sono dois dias atrás começou a me envolver novamente quando vi o texto “You’ve met with a terrible fate, haven’t you?” pela terceira vez. Tem que haver algum tipo de significado por trás disso.
Eu tive pouco tempo para pensar assim que vi uma pequena cena da transformação em Zora e me vi em Great Temple Bay. Hesitante, mas curioso para ver o que o jogo tinha reservado para mim, lentamente percorri a praia, onde encontrei Epona. Imaginei porque o jogo tinha decidido colocá-la ali, estaria o jogo implicando que ela estava tentando tomar água? Incapaz de tirar a máscara, decidi que montar o cavalo não era o motivo pelo qual ela estava lá.
De repente, percebi que Epona ficava relinchando e que o jeito que ela estava posicionada fazia parecer que estava tentando assinalar um ponto para mim ao longe. Era um pressentimento, mas eu mergulhei em Great Bay e comecei a nadar. Seguramente – eu quase não vi – encontrei alguma coisa no fundo do oceano; uma última estátua Elegy of Emptiness. Desci para examiná-la e, subitamente, meu Zora começou a fazer uma animação de sufocamento que eu nunca tinha visto um Zora fazer antes – o que nem ao menos fazia sentido, porque Zoras podem respirar debaixo da água. Independentemente disso, meu personagem sufocou e morreu, e novamente a estátua era a única coisa que ficou iluminada na minha morte. Eu não revivi dessa vez, eu fui mandado de volta para o menu principal como se tivesse reiniciado meu console.
A tela de “press start” estava à minha frente, eu sabia que a única razão pela qual eu fui mandado para lá era porque os files tinham mudado de novo. Respirando fundo, pressionei start, e eu estava certo. Os novos saves me disseram coisas sobre Ben. Agora fazia sentido porque a estátua aparecera quando tentei ir para Laundry Pool – o jogo devia ter antecipado como eu tentaria escapar do Dia 4 em Clock Town. Os files me contaram o destino. Como suspeitava, Ben estava morto. Ele tinha se afogado. O jogo obviamente não acabou comigo – ele me provoca com novos saves - quer que eu continue jogando, quer que eu vá mais longe, mas eu já estou cheio dessa merda. Eu não vou tocar em mais nenhum file. Isso já está horripilante demais para mim, e eu nem ao menos acredito no paranormal, mas eu estou ficando sem explicações. Porque alguém me mandaria essa mensagem? Eu não entendo isso, a fita está aqui para aqueles que quiserem ver e tentar analisá-la (talvez tenha algum tipo de mensagem codificada nas letras sem nexo ou algo simbólico no que eu passei – eu estou muito emocionalmente e mentalmente esgotado para mexer com isso de novo).


Eu sei que é de manhã cedo, eu fiquei acordado a noite toda, não consigo dormir, não me importo se as pessoas não virem isso, esse não é o ponto, eu só quero que a história se espalhe, assim, eu não vou sofrer por nada. Eu perdi a vontade de escrever sobre isso, quanto menos eu alongar isso tudo, melhor, eu acho que o vídeo fala por si só. Eu fiz o que vocês me disseram para fazer, toquei a música da Elegy of Emptiness na primeira tela do jogo, mas eu acho que era isso que o jogo, ou Ben (Jesus, eu não consigo acreditar que eu estou até mesmo alimentando a idéia absurda de que ele existe no jogo) queria que eu fizesse. Ele está me seguindo agora, não apenas no jogo, ele está nos meus sonhos. Eu o vejo todo o tempo, atrás de mim, apenas me observando. Eu não fui para nenhuma das minhas aulas, eu fiquei no meu quarto do dormitório com as janelas e as persianas fechadas – desse jeito, eu sei que ele não pode me ver. Mas ele ainda me pega quando eu jogo, quando eu jogo, eu sei que ele pode me ver. O jogo está me assustando agora. Ele falou comigo pela primeira vez – não apenas usando texto que já está no jogo – falou comigo. Conversou comigo. Fez referência a Ben. Falou comigo. Eu não sei o que significa. Eu não sei o que quer. Eu nunca quis isso, eu só quero minha velha vida de volta.
Coisas como essa não acontecem com gente como eu, eu sou só um garoto, nem ao menos velho o bastante para beber ainda. Não é justo, eu quero ir para casa, eu quero ver meu pais de novo, eu estou tão longe de casa aqui nessa escola, eu só quero abraçar minha mãe novamente. Eu só quero esquecer a horrível face vazia da estátua. Meu file original está de volta – do mesmo jeito que eu deixei antes de sumir. Eu não quero mais jogar. Eu sinto como se algo ruim fosse acontecer se eu não fizer isso, mas isso é impossível, é só um vídeo game – assombrado ou não, não pode me machucar, certo? Tipo, sério agora, não pode, não é? Isso é o que eu fico dizendo para mim mesmo, mas todas as vezes que eu penso sobre isso, eu não tenho tanta certeza.


Deixe-me esclarecer as coisas – eu sei que vocês estão preocupados, mas “Jadusable” está bem. Ele terminou a mudança hoje e disse que está voltando para casa, ele está apenas pulando esse semestre. Eu não estou muito certo do que aconteceu; tenho uma vaga idéia, mas vocês provavelmente sabem mais do que eu. Eu sou o colega de quarto de “Jadusable” e, obviamente, eu sabia que tinha algo errado com ele desde alguns dias atrás. Ele ficava no quarto todo o tempo, perdeu o contato com todos os amigos, e tenho certeza que ele quase não comeu nada, depois do segundo dia, eu não podia mais ficar lá, então eu fiquei indo para a casa de um amigo, apenas voltando para o quarto para pegar as coisas que eu precisava. Eu tentei falar com ele várias vezes, mas ele me interrompia ou mantinha a conversa breve quando eu perguntava sobre seu comportamento esquisito, era como se ele estivesse convencido de algo estava caçando-o. Ontem, eu vim pegar meu livro de filosofia e ele se aproximou de mim, parecendo terrível, com horríveis bolsas debaixo dos olhos. Ele me deu um flash drive e instruções específicas. Ele me disse que precisava que eu fizesse um último favor para ele – finalmente explicou para mim o que estava acontecendo, me deu as informações da conta no Youtube e instruções de como postar com seu nome especificamente neste fórum, aparentemente ele disse que vocês estavam ajudando-o durante o caminho e mereciam ver o final.
Ele me contou que ele está fugindo daqui, que isso o atraiu para jogar novamente ao invés de tentar mudar as coisas e que ele não deveria ter feito isso, e para fazer o upload da gravação e informar às pessoas o que havia acontecido. Eu lhe disse que ele podia fazer isso por si mesmo e ele ficou com esse olhar selvagem no rosto e me disse que nunca mais iria olhar para aquele jogo de novo, e essa foi a última coisa que ele me disse, ele nem ao menos disse tchau quando seus pais vieram buscá-lo. Eu esperava pelo menos uma chance de conhecer os pais dele quando vieram buscá-lo, mas eles vieram tão rápido que eu nem ao menos os vi.
Honestamente, eu não posso dizer-lhes o que aconteceu, quando ele falou comigo, foi difícil de entendê-lo, e sua aparência horrível me distraiu. No flash drive, tinha uma gravação do jogo da noite passada, um documento de texto com o nome e a senha da conta do Youtube e um terceiro documento chamado TheTruth.txt (A Verdade) contendo o que ele me disse que eram as “suas anotações” que ele tinha feito sobre isso. Ele me contou que significava tudo para ele que eu seguisse as instruções exatamente, normalmente eu não seria tão rígido por um pedido sobre uma merda de um videogame, mas o jeito que ele falou e o modo que ele me olhou me fizeram saber que isso era realmente sério.
Eu estou com esse vídeo desde ontem, mas eu precisei da ajuda de alguém para usar o Pinnacle, esse não é realmente o meu forte. Depois de assitir, eu tive que ir ver os outros vídeos na sua conta do Youtube para perceber o que estava acontecendo e mesmo assim eu estou muito, muito confuso. Eu vou liberar o vídeo essa noite, TheTruth.txt vai ser liberado no dia 15 de setembro, do jeito que ele pediu; eu não sei porque ele quer esperar para que suas anotações sejam publicadas, mas depois do que ele passou, eu vou honrar esse pedido. Eu ainda não ousei olhar, então a primeira vez que eu vou ver isso vai ser a primeira vez que vocês verão, por respeito a meu amigo. Para responder suas perguntas, não, eu ainda não tentei ligar para ele, eu acho que vou ligar amanhã para ver se ele está bem ou não. Ele já deve ter voltado para casa agora.
Sobre o vídeo: nesse vídeo, eu cortei até a parte em que ele carrega o file “BEN” no jogo. Olhando para trás, eu percebi que Jadusable deixou a tela de seleção de saves porque, às vezes, apareciam nomes diferentes, então foi meu erro, mas tudo o que dizia dessa vez era o mesmo do final do último vídeo (Link e BEN), nada diferente. Eu não estava lá quando ele jogou, mas, para mim, é igual ao começo quando ele revive pela primeira, ele está testando seu equipamento ou vendo que itens têm ou algo assim, porque, aparentemente, eles mudaram randomicamente. Ele realmente queria que vocês vissem isso, e o vídeo começa então, depois disso eu acho que o jogo ficou muito pessoal para ele.


Ei, caras. Aqui é o “Jadusable”. Essa vai ser a última vez que vocês vão ouvir algo de mim, e esse é o meu último presente para vocês – essas são as anotações que eu fiz e as coisas que eu percebi. Antes de eu me aprofundar nisso, quero agradecer por me seguirem e por me ouvirem, parece que o peso de um grande fardo está prestes a ser tirado das minhas costas. Quando vocês lerem isso, eu não vou estar mais aqui, mas depois de passar quatro dias com esse jogo enlouquecedor, eu comecei a entender o que realmente está acontecendo por aqui e eu espero que possamos garantir que isso nunca aconteça de novo.
Tem coisas que eu não pude compartilhar com vocês enquanto isso estava acontecendo por causa de circunstâncias que vou explicar. Com Ben bloqueando todas as minhas tentativas de tentar revelar a verdade para vocês, eu tentei, mesmo sutilmente, alertar vocês de várias maneiras. Em meio ao caos e ao meu delírio, eu criei um padrão quase imperceptível nos meus vídeos. Em todos os cinco vídeos que eu gravei durante os quatro dias, eu tinha a Mask of Truth e tinha interagido com uma Gossip Stone, ou a tinha Lens of Truth equipada em algum ponto. Para todos vocês, entusiastas de Zelda, esses são símbolos da honestidade e confiança, e eu espero que um de vocês possa ter captado a referência. Enquanto eu jogava no file que vou chamar de “BEN”, estando ciente de como Ben estava observando cada um dos meus movimentos no jogo, eu tentei evitar fazer algo muito óbvio, mas eu deixei uma mensagem escondida para vocês – eu não equipei a Lens nem a Mask e nem visitei uma pedra. Funcionou, e o vídeo foi enviado. Eu rezei para que alguém percebesse que o padrão não se aplicava a Ben.
As tags também se encaixaram, eu espero que você tenha prestado atenção a elas também. Elas foram minhas pequenas mensagens para vocês – nada grande demais para chamar a atenção de Ben ou fazê-lo suspeitar de algo – e, com Ben manipulando e mudando meus arquivos, eu espero sinceramente que o que vocês viram esteja próximo do que realmente aconteceu, mas não há um jeito para que eu possa saber.
Essa pode ser uma leitura longa, eu não tenho tempo de resumir ou deixar minha pesquisa mais agradável. Mas aqui está toda ela.
--
6 de setembro, 2010
23h00min – Não consigo acReditar (do original, beLieve) no que aconteceu, não tenho certeza se isso é algum tipo de boato elaborado, mas, apesar do medo, eu não consigo deixar de ficar excepcionalmente curioso sobre isso. Quem ou o que é a estátua? Muitas perguntas aqui. Estou começando esse documento como um “diário”, assim, eu posso recordar tudo. Estou escrevendo um sumário do que aconteceu, desse modo, posso voltar a isso depois.
7 de setembro, 2010
02h10min – (Sumário foi postado aqui, você pode voltar e ver meu primeiro post para day four.wmv para ler)
04h23min – Não consigo dormir. Eu tentei muito, mas, quanto mais eu tento, mais insone eu fico. Sinto como se aquela estátua aparecesse a cada vez que eu fecho os olhos.
08h20min – Não dormi nada, vou agora começar meu dia. Não acho que tenho energia para ir para a aula hoje, vou voltar para falar com aquele velho, levando meu amigo Tyler, só no caso de eu precisar.
13h18min – Acabei de voltar para casa. Nenhum sinal do velho, é muito estranho que ele esteja se mudando no dia seguinte, mas talvez a placa de À Venda já estivesse ali ontem e eu não tenha percebido. Tyler quer saber o que me deixou tão nervoso, eu não contei a ele. Vou comer, sinto como se estivesse morto.
15h46min – Juro que, enquanto estava voltando do metrô, vi uma estátua Elegy enterrada no meio de uns arbustos, me observando. Agora eu preciso muito dormir.
17h00min – Eu não acho que muitas pessoas acrEditariam (do original, belIeve) se eu dissesse o que está acontecendo, acho que vou tentar postar isso na internet. Acho que vou usar só o sumário, essas anotações estão muito esporádicas.
18h00min – Conectei meu card no computador para transferir a gravação. Meu computador travou por um segundo, fez um estranho som de “pop” quando transferi tudo, mas agora parece que está funcionando bem de novo. Meu computador não pode me deixar na mão agora.
19h00min – Acabei de fazer o upload da gravação. A qualidade está bem melhor do que eu pensei que estaria, acho que essa é realmente uma fita especial, nunca tinha ficado tão nítido assim.
20h45min – Pensei que tinha visto um ícone aparecer no meu desktop, pareceu a cara da estátua por uma fração de segundo, me assustou um pouco. Estou ficando bastante nervoso e delirante, eu vou cair na cama depois disso.
21h00min – Comecei a fazer o upload do vídeo no Youtube numa conta alternativa.
21h03min – Não me lembro de ter feito upload de um vídeo de “Vampire: The Masquerade: Bloodines” no ano passado. Essa deve ser a conta que eu compartilhei com um amigo no verão passado, espero que ele não se importe que eu esteja usando-a para fazer upload disso.
21h55min – Postando o sumário do Dia Quatro com um link para o vídeo do Youtube. Vou tentar ficar acordado, mas estou tããããããão cansado agora.
8 de setembro, 2010
10h48min – Tive um sonho sobre a estátua. Eu sonhei que estava me seguindo, que eu estaria cuidando das minhas próprias coisas quando sentiria meus cabelos da nuca se arrepiarem. Eu iria me virar e aquela coisa... Aquela estátua horrível e sem vida estaria me encarando com aqueles olhos vazios, apenas a alguns centímetros de mim. No meu sonho, eu me lembro de chamá-la de Ben, e nunca antes eu tinha tido um sonho que eu pudesse lembrar tão vividamente.
11h21min – Eu não quero jogar aquele jogo de novo. Ao invés disso, eu acho que vou voltar para ver se o velho está lá.
13h35min – Nenhum velho, mas eu tive uma conversa interessante com o vizinho. Vou postar a coisa toda com o meu sumário da tentativa de jogar de hoje à noite, vou esperar um pouco para ver se consigo alguma informação sobre esse tal de Ben.
14h45min – Eu tenho tido dores de cabeça aleatórias e inexplicáveis por causa da falta de sono, e eu fico ouvindo aquela música na minha cabeça. É a estação da gripe, então eu preciso tomar cuidado para não ficar doente, meu sistema imunológico deve estar uma merda agora por causa dessas noites em claro.
15h00min –
15h02min – Meu computador simplesmente... Por vontade própria... Abriu um documento de texto e escreveu as palavras “Oi” e “www.cleverbot.com” por si mesmo. O... Que... Foi... Isso...
15h46 – Fui até o site, é um daqueles em que você conversa com um bot. Acho que vai ser melhor se eu deixar a conversa falar por si mesma:

08/09/10 Conversação
Usuário: Olá?
Cleverbot: Olá
Usuário: Quem é você e como pode controlar meu computador?
Cleverbot: Quem sou eu?
Usuário: Certo, esquece. Você é um bot.
Cleverbot: Você realmente acha isso?
Usuário: Escuta, eu sei que quem quer que esteja fudendo meu computador pode ver minha tela agora.
Cleverbot: Sim
Usuário: É, eu vou chutar que você é um daqueles moleques que se acham os fodões. Você sabe que o que você está fazendo agora é ilegal, certo?
Cleverbot: É?
Usuário: É. Você conhece o termo “invasão de privacidade”? Sai do meu computador, garoto.
Cleverbot: Eu sou seu computador.
Usuário: História legal. De qualquer forma, eu vou chamar a polícia, você escolheu uma péssima hora pra brincar comigo, moleque.
Cleverbot: Devo esperar até que você jogue o jogo, então?
Usuário: ... O quê?
Cleverbot: Aquele jogo.
Usuário: Majora’s Mask?
Cleverbot: Sim.
Usuário: Como você sabe disso?
Cleverbot: Porque.
Usuário: Porque o quê?
Cleverbot: Eu fiz.
Usuário: Fez o quê?
Cleverbot: Eu joguei com você.
Usuário: Hã?
Cleverbot: Você ficou assustado?
Usuário: Quem é que está aí?
Cleverbot: Ben.
Usuário: A estátua? Você está dentro do meu computador agora?
Cleverbot: Sim.
Usuário: Como?
Cleverbot: Você me conectou.
Usuário: Como eu te conectei?
Cleverbot: Cabos.
Usuário: Como?
Cleverbot: Fale-me sobre você.
Usuário: O quê?
Cleverbot: Fale-me sobre você.
Usuário: O que você quer dizer?
Cleverbot: O que realmente te assusta?
Usuário: Do que você está falando?
Cleverbot: Responda.
Usuário: Não.
Cleverbot: Responda.
Usuário: Como assim? Como você simplesmente abriu isso por si mesmo?
Cleverbot: Eu sou seu computador agora.
Usuário: Quanto você pode controlar?
Cleverbot: Tudo.
Usuário: O que você quer de mim?
Cleverbot: Entreter.
Usuário: Você está preso aí dentro. Você não pode me machucar.
Cleverbot: Há
Usuário: ?
Cleverbot: Vá jogar.
Usuário: Não, você não pode me machucar.
Cleverbot: Você demorou mais para digitar isso.
Usuário: E daí?
Cleverbot: Você não tem certeza.
Usuário: Se você é tão poderoso, porque usar um site ridículo como esse para “papear” comigo?
Cleverbot: Menos cheio. Mais estruturado. Divertido.
Usuário: Divertido?
Cleverbot: Sim. Tradição. Eu gosto disso.
Usuário: Você acha que é engraçado?
Cleverbot: Divertidíssimo.
Usuário: E as minhas anotações?
Cleverbot: Você pode escrevê-las.
Usuário: Porque você está deixando?
Cleverbot: É divertidíssimo ver o que você pensa de mim.
(janela fecha)

15h50min – O que eu fiz? Eu o convidei para o meu computador. Eu continuo a escrever essas anotações e os meus sumários, me sinto como um prisioneiro no único lugar em que me sinto seguro. Eu não sei, não sei se estou alucinando ou não. Eu me sinto completamente insano agora. Eu posso senti-lo, me observando, mesmo quando escrevo isso. Ben está controlando tudo no jogo – jogando comigo, me conduzindo como uma ovelha, mas para quê? Para que propósito? Eu sei que Ben se afogou, mas porque essas assombrações? O que eu estou fazendo, ele pode até mesmo ver isso agora.
16h35min – (Sumário do playthrough de BEN.wmv)
19h18min – BEN me chamou para o Cleverbot de novo. Ele me diz que sente muito e que quer ser livre. E que eu posso libertá-lo, que do mesmo jeito que ele entrou no meu computador por meio do card, ele pode se espalhar, mas precisa da minha ajuda. Ele diz que sou especial porque posso ajudá-lo. Essa é a primeira coisa boa que ele diz. Ele promete me deixar sozinho se eu fizer isso. Ele jura que vai. Eu não sei o que pensar agora, como eu posso confiar nessa coisa?
19h20min – Eu estou aterrorizado, mas agora ele diz que estava apenas se divertindo. É uma versão distorcida e bizarra de divertimento. Ele está dizendo que o jogo acabou. Eu realmente quero que acabe. Ele diz que só quer ser livre, que ele está preso na fita e no meu computador e que quer ser libertado. Eu não quero ter de lidar com isso, eu não sei quanto tempo mais eu posso agüentar a observação. Ele está observando todos os meus movimentos, tudo o que eu digito, eu não tenho mais nada que seja privado. Ele sabe de tudo que está no meu computador. Ele diz que, se quisesse, poderia fazer coisas horríveis comigo, mas ainda não fez, então eu deveria confiar nele.
20h01 – Algo que me diz que eu estou sendo usado de novo, como no jogo.
21h29min – BEN me chamou para o Cleverbot de novo. Eu ignorei e fui tomar um banho. Quando voltei para o laptop, fui recebido por uma imagem de uma Elegy Statue olhando para mim com aqueles olhos mortos. Não quero falar com ele.
21h44min – Vai se fuder Ben eu não vou falar com você
21h56min – Vai se fuder Ben eu não vou falar com você
22h06min – VAI SE FUDER BEN EU NÃO VOU FALAR COM VOCÊ
22h12min – VAI SE FUDER BEN EU NÃO VOU FALAR COM VOCÊ
22h45min – Já se passou mais de meia hora e as mensagens pararam. Ben parou. Eu estou começando a pensar que Ben não está confinado somente ao meu computador/a fita, estou começando a sentir algo. É difícil de explicar, eu nunca fui espiritual, mas tem algo diferente no ar do meu quarto agora.
23h42min – Estou começando a ver a estátua Elegy randomicamente em lugares na internet onde eu não deveria ver. Lugar onde ele não deveria estar – eu estaria abaixando a página quando, de repente, eu estaria olhando uma imagem da estátua Elegy. Sempre a estátua Elegy. Não sei quando mais disso eu posso agüentar.
9 de setembro, 2010
00h35min – Meus piores medos se confirmaram – Ben alterou meu sumário de BEN.wmv. Eu olhei no sumário para BEN.wmv que postei em vários fóruns e algumas partes foram omitidas. Não há menção sobre Ben existindo fora do jogo. Não há menção para as Moon Children. Como ele pôde ser tão rápido em deletar o post sem eu perceber? Estou imaginando se talvez pareceu pra mim que eu estava postando tudo, quando, na realidade, Ben postou sua própria versão censurada. Vou perguntar a Ben porque ele fez isso.
00h50min – Ele não está me respondendo no Cleverbot, estou recebendo só as respostas genéricas que sempre vêm, estou só falando com o bot dessa vez.
01h24min – Acho que Ben está furioso comigo.
10h43min – As Moon Children apareceram nos meus sonhos noite passada, elas levantaram suas máscaras para revelar seus rostos desfigurados – vermes saindo de seus orifícios, buracos pretos onde seus olhos deveriam estar e um sorriso amarelo que lentamente ficava maior e maior enquanto elas se aproximavam de mim. Elas me disseram que queriam brincar. Eu tentei correr delas – mas as quatro crianças me prenderam ao chão com uma força surpreendente. Sobre elas, estava o Happy Mask Salesman, anunciando que ele tinha uma nova máscara que queria que eu experimentasse. Com seus movimentos espasmódicos e súbitos, correspondentes aos de sua aparição no jogo, ele pegou uma máscara modelada como o rosto de alguém que eu não pude reconhecer – um rosto jovem – e deu-a para as Moon Children. Rindo, elas a colocaram na minha cara; seus corpos quebrados e horríveis pulando para cima e para baixo. Duas delas me fizeram ficar parado enquanto as outros duas começaram a enterrar a máscara na minha cara.
Meus guinchos e gritos fizeram com que a face do Happy Mask Salesman se contorcesse no mais horrível sorriso que eu já tinha visto. Ele esporadicamente caminhou ao redor, examinando o procedimento como um médico curioso, naquele movimento impossível. Debati-me, mas foi em vão. Meus olhos rolaram para trás da minha cabeça por causa da dor. Era tão real, mas eu não conseguia acordar. Eu não conseguia acordar, não importava o quanto tentasse, eu não conseguia acordar. Depois que a máscara estava presa à minha pele, elas começaram a colar minhas pernas uma à outra, então meus braços, a horrível sensação de uma agulha perfurando suas pernas e sendo puxada para fora, rompendo seus tendões de Aquiles e amarrando-os juntos pelo meu corpo todo. Eu tentei gritar, mas a máscara estava pressionada tão fortemente contra meu rosto que ele era meu novo rosto... E meu novo rosto não tinha boca. Eu não fiz nenhum som. Eu tentei dizer a mim mesmo na minha cabeça que eu estava sonhando, tentei me dizer de novo e de novo, e, de repente, as Moon Children pararam e olharam para mim. Elas simplesmente observaram. E o Happy Mask Salesman lentamente se inclinou e me encarou, a centímetros do meu rosto, e sorriu quando simplesmente disse “Você encontrou um terrível destino, não é mesmo?” antes que as Moon Children continuassem com maior vigor. Eu não consegui acordar. Eu não conseguia acordar. Não me deixaram acordar até me transformarem em outra estátua Elegy.
Eu acordei suando, chorando e tremendo incontrolavelmente. Imediatamente, corri para o meu computador e fui encontrar Ben.

09/09/10 Conversação 1
Usuário: Responda-me, Ben.
Cleverbot: Bem vindo de volta.
Usuário: Qual é o motivo em fazer isso, POR QUÊ?
Cleverbot: Divertido de se ver.
Usuário: Como?
Cleverbot: Divertido de jogar, divertido de brincar com você, fazer você se sentir seguro.
Usuário: ...
Cleverbot: Eu imagino como você teria reagido.
Usuário: A quê?
Cleverbot: Se eu não tivesse me revelado e ficado escondido, apenas fazendo pequenas coisas para brincar com você. Fechar suas janelas, desligar seu computador, mover seu mouse por si mesmo. Pequenas coisas. Fazer você pensar se eu estou lá, mas sem você saber. Dar-lhe pequenas dicas de que eu estou.
Cleverbot: Queria fazer algo diferente com você.
Usuário: Você já fez isso antes?
Cleverbot: Sim. E vou fazer de novo.
Usuário: A quem, Ben?
Cleverbot: Hmm.
Usuário: Você conhecia Ben?
Cleverbot: Não vou dar essa informação a você.
Usuário: Como Ben morreu?
Cleverbot: Você sabe.
Usuário: Não, mas como ele se afogou?
Cleverbot: Não vou contar isso a você.
Usuário: Por quê?
Cleverbot: Está reservado para outro.
Usuário: Quem?
Cleverbot: Outro que pergunte.
Usuário: Quando?
Cleverbot: Depois.
(A janela é fechada)
Estou começando a pensar que essa coisa talvez não seja Ben, com sua natureza sádica, eu não ficaria surpreso se tivesse pegado o nome do garoto depois de matá-lo.

12h04min – Meu quarto está começando a ficar diferente de novo... Tem algo... Lá fora... Eu estou realmente me sentindo ameaçado, como se tivesse algo que está tentando me alcançar e me estrangular, mas não pode chegar aqui.
12h46min – Acho que Ben não quer mais jogar comigo. Eu vou jogar de novo, eu vou jogar o jogo de novo, Ben, você pode ver isso? Eu vou jogar o jogo de novo, por favor, só pare com isso, por favor, por favor
13h41min – Eu estou ficando insano, tentando decidir o que é real e o que não é, Ben está apenas pregando uma peça em mim ou isso é real? Ben está gerando as respostas ou as pessoas estão postando-as? Eu vi aquele tremular na tela ou foi apenas minha imaginação? Imagine depender da internet e confiar nos seus olhos durante toda a sua vida e então ser cegado – você não pode confiar em mais nada, você suspeita de tudo. por breves momentos EU ESTOU olhando para respostas para os meus vídeos, pessoas dizendo que parece falso ou photoshopado ou qualquer outra coisa – e não tem nenhum jeito de eu saber se Ben mudou alguma coisa com o propósito de tentar me fazer calar a boca. Ou talvez aquelas respostas sejam construídas por Ben para tentar me desencorajar a descobrir a verdade – Olha, eu já estou preso num maldito loop sem fim como esse, e isso é o que está tomando conta da minha sanidade e me deixando nervoso. Enquanto estou escrevendo isso, não tem jeito de dizer se alguém realmente se importa como realmente pensa que se importa – só mais um truque de merda. Esse documento inteiro ainda existe? Eu estou escrevendo nada?

09/09/10 Conversação 2
Usuário: O que é isso? Qual é o ponto em jogar? eu morro sempre que faço qualquer coisa
Cleverbot: Você morre porque não consegue descobrir o segredo.
Usuário: Qual?
Cleverbot: Temática.
Usuário: DO QUE VOCÊ ESTÁ FALANDO?
Cleverbot: Há beleza no seu sofrimento
(A janela é fechada)

16h09min – Ben está me fazendo jogar o jogo de novo. Ele me diz que tem algo muito importante para me mostrar.
18h23min – (Sumário do playthrough de DROWNED.wmv)
21h09min – (Sumário do playthrough de CHILDREN.wmv)
10 de setembro, 2010
11h52min – O playthrough de DROWNED.wmv estava no ar quando acordei hoje. Eu me lembro de escrever, mas não me lembro de postar. Ele censurou de novo, não tem menção ao velho. Eu não tenho mais voz. Eu só posto quando ele quer, eu sou a máscara que ele usa para se disfarçar enquanto mente.
11h55min – Tem um sumário inteiro do vídeo que eu não me lembro de fazer. Lendo o sumário, soa mórbido – lembra meu sonho de duas noites atrás, exceto que nunca escala mais sádica – essas Moon Children, tem algo a mais nelas, quase como se fossem outra identidade do Ben. Aconteceu algo ontem à noite que eu não consigo lembrar. Estou postando o quarto sumário nos fóruns agora. A sombra da minha cadeira se moveu.
12h00min – Ben não me deixa entrar no Youtube. Eu posso entrar em todos os outros sites, mas ele insiste em fechar a janela quando eu vou ao Youtube. Por quê?
14h02min – Estou sentindo o ar começando a se comprimir. Não acho que eu esteja sozinho aqui. O que quer que seja a “aura” que tem estado aqui, ela está ficando mais violenta.
14h44min – Estou tentando contatar Ben no Cleverbot, ele não está respondendo. Eu só recebo IA.
15h51min – Minhas orelhas não estão me enganando. Eu estou ouvindo a Song of Healing reversa. Eu fico ouvindo-a.
16h23min – Agora tenho certeza, mais cedo eu pensei que era só uma coincidência, mas agora eu fui abrir a janela e, três andares abaixo, no nível do solo, eu vi o velho. Tenho certeza absoluta de que vi. O mesmo cara. Ele estava olhando para minha janela, parado no meio do campus. Se qualquer estudante percebeu-o, eles não pareciam mostrar isso.
--
Aqui é onde minhas anotações acabam. Eu fugi do quarto, levando a fita comigo. Eu não entrar em detalhes sobre o que aconteceu, eu vou perder o fio da meada enquanto desabafo sobre esses últimos detalhes. Não se passaram nem dois dias desde então. Esse é o meu último sumário e serviço para vocês, do último vídeo que viram – Matt.wmv.
O último vídeo que eu fiz, Matt.wmv, começou normalmente. Eu apareci em Clock Town como esperado e nada parecia fora do lugar, determinado a consertar as coisas e tocar a Oath to Order no topo de Clock Tower no 4º dia, eu me preparei. Acelerei o tempo e fui até o dia final, indo até o observatório. Quando entrei na sala do telescópio e me aproximei do astrônomo, ele não me deixou olhar em seu telescópio. Ele me disse que aquilo seria trapaça e que eu deveria seguir as regras. Apesar dos meus repetidos esforços, o jogo não me deixou fazer o glitch do 4º dia, não importava o quanto ou o que eu tentava, eu tentei mexer no jogo e fazer o glitch, mas, dessa vez, foi impossível. Independentemente da minha ilusão de livre-arbítrio nos jogos anteriores, dessa vez, o game tinha ficado mais agressivo do que qualquer coisa que eu já tinha visto. Eventualmente, ele me disse que eu deveria ir para Ikana Canyon, onde o jogo terminaria e pararia de me assombrar, ansioso e desesperado para acabar com esse pesadelo, eu toquei a Song of Soaring e me transportei para lá. Disseram-me para checar meu inventário, que eu encontraria lá as respostas para terminar o jogo. Cheguei a Ikana Canyon e salvei meu progresso numa Owl Statue. Enquanto eu procurava pelo meu inventário, finalmente percebi que uma música que estava lá antes havia sumido – a Elegy of Emptiness. Obviamente, uma vez que eu viajasse para lá e aprendesse a música, achei que era a última coisa necessária antes que BEN decidisse que já tinha tido o bastante de jogar comigo. Ben é um manipulador; ele tenta enganar suas vítimas com segurança e faz você baixar sua guarda como uma armadilha para moscas, ele as enreda. Eu não sou nada mais do que um fantoche para ele, ele gosta de ver que tipo de emoções humanas ele pode despertar fazendo coisas diferentes.
Ainda há algumas coisas sobre essa experiência toda que não fazem sentido, mas, de novo, eu nunca fui bom em descobrir essas coisas e eu não estou num bom estado mental para fazer isso, estou dando a vocês todas as peças do quebra-cabeça para que vocês analisem e juntem os elos perdidos.
Estou digitando esses “pensamentos de fechamento” no computador da biblioteca do campus, e mandei para mim mesmo, por e-mail, as anotações dos últimos quatro dias que fiz no meu computador “infectado”. Então, eu vou combinar essas anotações copiadas/coladas com os “fechamentos/aberturas” que digitei aqui no seguro computador público – estou tentando não espalhar Ben, eu não desejaria esse horrível tormento a ninguém, e garanti ter coberto minhas bases aqui. Não tive nenhum problema com Ben quando estava no meu computador, tentando mandar as anotações para mim mesmo por e-mail – foi bem embaixo do nariz dele. Ele não tem idéia do que acabou de me deixar fazer. Também não tive problemas abrindo o documento de texto no meu computador “infectado”. Não posso descrever para vocês como é sensação de finalmente desabafar nesse post. O pesadelo acaba aqui.

Aliás,
Não baixem NENHUM dos meus vídeos ou nada SOBRE meus vídeos – por meio de um ripper de vídeo/áudio do Youtube, um capturador de tela, o que quer que seja. Eu não sei como ele pode se espalhar, mas eu sei que só assistindo-os no Youtube/lendo meu texto não vai deixar ele se espalhar, caso contrário, em primeiro lugar, eu não precisaria de ajuda, mas eu recomendo FORTEMENTE que vocês não coloquem nada do que virem na internet no seu computador pessoal.
Esse vai ser o meu último post, eu estou colocando-o nesse fórum para o mundo ver. Se vocês virem quaisquer outros posts meus, depois da data atual – 12 de setembro – e depois da hora atual – 12h08min – DESCONSIDEREM-OS. Já me foi provado que Ben pode acessar minha conta/senha e manipular meu computador e, como eu disse, eu não tenho idéia de quão extenso é esse poder, mas eu sei que ele vai fazer qualquer coisa para circular livremente. Ele está desesperado. Para assegurar sua segurança, apenas esqueça sobre mim. Por favor.
E obviamente, isso nem precisaria ser dito, mas daqui para frente não baixem NENHUMA imagem que eu tenha colocado, nenhum arquivo, NADA.
Esse quinto dia vai ser meu último dia, eu vou queimar a fita e depois vou voltar para destruir meu laptop.
De novo, mesmo que eu nem ao menos conheça vocês, isso tudo tem um gosto meio agridoce para mim. Nesse semestre, eu não tive nenhum amigo, ou melhor, eu parei de prestar atenção a eles.
Mas eu acho que sou parcialmente culpado, porque eu sou o gênio que escolheu viver sozinho, eu acho que alguém me proteja e me salve antes que eu fique totalmente imerso nesse jogo pode literalmente salvar minha vida. Porém, isso provou muitas coisas para mim, e eu estou feliz porque aconteceu comigo e eu pude espalhar o aviso, assim, Ben morre aqui.
Por último, obrigado por usarem seu tempo para abrir isso e se abrirem para mim ouvindo minha história, mesmo que não tenham acreDitado (do original, beliEving) em mim. Vocês não precisavam ter feito isso – realmente, não deveriam. Sua ajuda esse tempo todo me fez continuar e agora, finalmente, estou livre disso.

̶̵͎͚̗̙̬ͮ͒͌̕a̯̙̦͙͖̩͉ͨ͒̂̀

Obrigado novamente,
Jadusable




Bom, esse creepypasta originou um ARG (Alternate Reality Game), que teve duas fases distintas, e, agora, está entrando na fase final.
Eu estou apenas acompanhando de perto porque quero ver como tudo isso vai acabar, mas quem quiser realmente entrar no meio disso e ser uma das pessoas que tentarão dar um fim em BEN vai ter de ler o que aconteceu até agora aqui e acompanhar o site do Jadusable.

O que acharam? Este é meu relato preferido.

Feliz Halloween a todos!

História original: Creepy + Pasta




i caN...
see...
yOu

4 comentários:

  1. PQP Ligia, vc adora mesmo o Halloween. Depois disso não jogo mais meu Nintendo 64

    ResponderExcluir
  2. Essa história é muito interessante, macabra e divertida...

    Realmente é "amusing" saber que os contos de terror do Edgar Allan Poe seguem até hoje inspirando as pessoas a fazer parecidos, usando elementos da modernidade...

    Parabéns pela postagem ^^

    ResponderExcluir
  3. De algum modo, ela mexe com o nosso psicológico. Não sei bem o que tem nela que faz isso, mas faz...

    E, Edgar Allan Poe foi o mestre do terror, ele é uma grande inspiração para qualquer um que quer escrever uma boa história de terror.

    Obrigada! =)

    ResponderExcluir

Comenta, pelo amor de deus.