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"Eu ouvi rumores sobre um console de videogame, lançado no início dos anos 90, que prometia os jogos mais imersivos que se pode imaginar. Ele possuía uma forte semelhança com o Super Nintendo, exceto que não tinha espaço para cartuchos, botão de reset, e tinha apenas uma porta para controle. Foi lançado em uma quantidade extremamente baixa; é possível que menos de cinqüenta estivessem disponíveis. Pessoas com quem falei e que se lembravam disso apenas mencionaram o primeiro jogo na lista. Outros jogos foram incluídos no console, mas este era, como dizem, o jogo perfeito.
Som e gráficos realistas, mesmo para os padrões de hoje, uma infinidade de conteúdo novo e divertido, jogabilidade sólida (os controles eram sensíveis a ponto de terem precognição, eles recordam), e a porta única para controle era suficiente; os NPCs no jogo eram “inteligentes” o suficiente para serem tão interessantes quantos jogadores reais. Era, literalmente, um jogo que ninguém queria parar de jogar, e todas as pessoas que entrevistei comentaram, um tanto quanto amargamente, que os seus pais os arrastaram à força para longe da televisão depois de alguns dias contínuos de jogo, e jogaram o console no lixo. Fiquei intrigado com o que eu sabia até então, e fui à procura de mais pessoas que se lembravam desta relíquia da história dos jogos.
Eu procurei muito por alguém que não fosse uma das poucas pessoas com quem eu já havia falado, e, após um mês de investigação meticulosa, encontrei dois indivíduos. Eles tinham muito mais dificuldade em lembrar-se das características do console, mas eu fui capaz de acionar suas memórias, repetindo o que eu tinha em minhas anotações. Pude ver seus olhos se iluminarem um pouco, lembrando-se do jogo perfeito, mas ambos disseram: "Isso não é tudo que ele [o jogo] podia fazer." Os dois relataram que a interface era "completa", e perguntei o que exatamente eles queriam dizer. Depois de alguns dias, aparentemente, o jogo começou a ter um efeito fisiológico positivo; era como se as ações feitas no jogo fossem dando “exercício” ao jogador, e este era capaz de ficar sem comida e água, aparentemente drenando do jogo o que necessitavam para sobreviver através dos itens coletados nos níveis.
No entanto, depois de alguns dias (eles haviam jogado continuamente durante uma semana nesse ponto), os dois começaram a sentir os danos causados ao seu personagem no jogo; a dor era pequena no início, e apenas um lembrete levemente forte para estarem mais atentos. Depois de um tempo curto, porém, a dor começou a ficar intensa, e o cansaço da ação constante foi recaindo sobre eles. "O jogo ainda era perfeito. Melhor do que qualquer um que você possa imaginar", disse um deles, mas jogar estava ficando fisicamente exaustivo, e nenhum dos dois conseguia ficar longe do jogo. "Eu estava quase acabando um nível, e estava lutando contra um chefão que usava um chicote", o outro entrevistado disse. "Eu me lembro de que o chicote era one-hit kill; eu tive que recomeçar o nível, mas me lembro da dor lancinante quando ele acertou meu braço." Ele então desabotoou a manga de sua camisa, e eu pude ver uma cicatriz que se enrolava ao redor de seu braço. "É, estava ruim desse jeito." Ambos disseram que seus pais voltaram para a casa quando a jogatina já estava em seu nono dia, e os arrastaram à força para longe do console, levando-os para o pronto-socorro. Quando voltaram para casa, o console estava desaparecido – jogado no lixo como todos os outros, creio eu.
Não consegui encontrar outras pessoas que sequer sabiam do que eu estava falando. Os rumores haviam parado lá, e fiquei com o conhecimento incompleto, sem sabe até mesmo onde encontrar um desses consoles. Uma sensação de medo instalou-se na minha mente, porém, e senti que era necessário investigar artigos de jornais daquela época. Eu tentei todas as variações de “console bootleg” numa pesquisa online, e finalmente encontrei algo chocante. Houve quinze incidentes separados de pessoas encontradas mortas em suas casas, sentadas em frente às suas TVs, com um console – aparentemente, um bootleg – conectado ao aparelho. Elas tinha uma aparência “destruída”, na maioria das vezes, e algumas eram encontradas aos pedaços. Autópsias revelaram que os órgãos internos tinham se dissolvido. Um artigo observou que a TV exibia apenas estática, e não foi possível ligar o console. Policiais tentaram entrar em contato com o fabricante do produto, mas o manual do proprietário e as informações contidas em uma etiqueta na parte de trás do console exibiam um endereço que levava ao local de um armazém demolido há mais de 80 anos."
Original: Creepypasta Wikia
Essa foi intrigante, sem aqueles clichês baratos.
ResponderExcluirNão houve resolução ao certo, o que deixou a creepypasta mais original.
nota 10/10
ResponderExcluiro será que tem mais tão boas quanto essas arquivadas no archive do /x/?
@Gabriel
ResponderExcluirRealmente, se separar de todos os clichês existentes nas creepys foi o que a fez se destacar.
@luiz
Não, eu já procurei.