quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Pokémon Death Snap

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"Ahh, os anos 90. Para a minha geração, a vida era tão simples naquela época. Havia o Game Boy, o Nintendo 64, Animaniacs, Freakazoid .... Estas coisas eram os destaques do meu tempo, especialmente se estava aproveitando-as com um amigo. Eu não tinha muito interesse em computadores; minha família tinha internet discada e um Windows 95, o que deixava tudo muito frustrante. Não, minhas maiores aventuras no mundo digital eram compostas por mim e meu Nintendo 64. Super Smash Bros, Super Mario 64, Starfox 64, Mario Kart 64, e Pokémon Snap eram meus favoritos. 



Depois de eu ter descoberto todos os segredos nesses jogos, o única que manteve a minha atenção foi Pokémon Snap. Eu constantemente passava por todos os níveis, tentanto tirar a melhor foto de todos os Pokémon que o jogo continha. O que me intrigava era o realismo no game. Em todos os outros jogos de Pokémon, tudo era sintético. Você não podia andar entre os Pokémon e ver como eles interagiam; você só poderia tê-los em uma bola ou te seguindo. Pode-se dizer que Hey You, Pikachu! foi mais interativo, mas, olhando a figura toda, apenas algumas palavras eram reconhecidas e os roteiros não-realistas do eventos davam ao jogo uma sensação extremamente sintética. A visão 3D em primeira pessoa dos Pokémon presentes em Snap deu a todos os que cresceram na década de 90 algo com sonhavam: uma chance de viver em um mundo Pokémon realista. 

Então, eventualmente, eu e minha família nos mudamos para uma casa nova. Eu consegui um PS2, DSL, e um computador que podia rodar Half-Life, e passei para coisas maiores e melhores, mas costumava olhar para trás e apreciar a simplicidade da minha infância. Meu N64 e todos os jogos foram colocados em um canto esquecido do porão. Isto leva minha história à eventos mais recentes. Há cerca de uma semana, eu estava na casa de um amigo. Ele é uma daquelas pessoas que são bem equipadas e possuem muitas coisas: Wi-Fi, vários computadores, iPods, um Mac, uma bateria, um piano, uma HDTV Widescreen, som surround, guitarras, um PS3, entre outras coisas. Ele era uma das pessoas com quem eu gostava de jogar Super Smash Bros. no passado. De qualquer forma, nós estávamos nos divertindo e ele disse que tinha algo para me mostrar. Ligou seu Wii e um dos canais era Pokémon Snap, que ele colocou para carregar. Ele tinha baixado o canal recentemente através do Virtual Console. Assim que ouvi a rápida música tema e os flashes da câmera, fui invadido por uma intensa onda de nostalgia - algo que eu raramente sinto atualmente- e realmente senti vontade de jogar. O canal carregou e meu amigo selecionou “continue”.

Para todos que não são familiares com Pokémon Snap, a premissa é que o Professor Carvalho precisa que alguém fotografe todos os Pokémon em uma ilha com muitos ambientes diferentes. Conforme você obtém mais fotos e scores mais altos, novos níveis e novas ferramentas se tornam disponíveis, como a maçã, que serve como isca, a Pester Ball, que irrita os Pokémon, e a Pokéflute, que acorda Pokémon adormecidos. O jogador controla Todd, um personagem do animê, que dirige um buggy numa pista definida. O buggy se move a uma velocidade constante, e é dele que você deve tirar as fotos. Em Pokémon Snap, há 63 dos 151 Pokémon originais. Os níveis, ou "cursos", como o Professor os chama, variam de uma praia a um vulcão, de cavernas a rios. A ilha é um lugar muito diversificado, mas, mesmo tendo jogado extensivamente, as partes mais sombrias me intrigavam... Até recentemente, pelo menos.

Então, o Professor Carvalho disse "welcome" com sua bizarra gravação de voz. Eu sempre gostei de como o jogo tinha cerca de uma palavra pré-gravada para duas ou três frases que a caixa de texto mostrava. Revivendo nossa infância, nós no revezávamos jogando um nível, vendo quem conseguia a melhor pontuação. Logo, eu tive que voltar para casa, mas realmente não queria parar de jogar Pokémon Snap. 

Quando cheguei em casa, desci para o porão e desenterrei o velho N64, junto com uma caixa de papelão que cheirava a mofo, e que estava cheia de fitas antigas, controles, memory cards e rumble packs. Deus, eu tinha sentido falta daquele console. Liguei os cabos RF na TV do meu quarto, coloquei o Pokémon Snap, e empurrei a Pokébola para ligar. Um pouco mais para história aqui: quando ganhei meu N64, o modelo de Hey, You Pikachu! estava à vendo na loja Toys R Us, e minha mãe decidiu comprá-lo, já que vinha com o jogo. Quando você o liga com o botão de Pokébola, as bochechas do Pikachu acendem, e seu pé funciona como o botão de reset É bem legal. De qualquer forma, quando eu liguei o console, a tela permaneceu igual. Eu tirei a fita e verifiquei o chip. Ele estava coberto por uma gosma preta. Levei meia hora para tirar aquela coisa nojenta do interior do cartucho. Foi aí que eu notei algo estranho: o chip era vermelho com retângulos pretos em seu superfície, que eu presumi serem contatos. Nenhum dos meus outros jogos tinha essa coisa preta, e seus chips eram marrons com os contatos dourados 

Havia outras coisas esquisitas com esse cartucho em particular: não tinha o Selo Oficial da Nintendo na etiqueta ou em qualquer outro lugar da fita. Todos os jogos de N64 tem esse selo, assim como muitos dos produtos da Nintendo atualmente. Outra coisa foi que não havia nenhuma etiqueta preta na parte de trás que normalmente 
contém o típico "NÃO JOGUE VOCÊ VAI VOCÊ VAI TER CONVULSÕES", ou algo parecido. A etiqueta frontal também estava ligeiramente fora do centro. Eu devia ter dado mais atenção a tudo isso, mas eu sou um cara bastante relaxado que sempre leva as coisas na boa, então eu realmente não me importei. Neste ponto, eu achava que meu jogo havia sido arruinado pela gosma e pela descoloração, mas coloquei de volta no console só para testar. Para minha surpresa, o logotipo da Nintendo 
apareceu na tela. Agora estávamos no ponto de partida. 

A tela de loading apareceu e a alegre música tema e os flashes de câmera estavam tocando, assim como na casa do meu amigo. Foi então que eu notei várias distorções visuais, que eu achei que eram devido ao dano interno na fita. Havia três listras verticais roxas que percorriam verticalmente a tela, uma em cada ponta e uma no meio. Eram mais escuras no centro, mas até que era possível ver através delas. Eu nem me importei muito; era só uma inconveniência mínima.

Depois, apertei start e, para a minha surpresa, descobri que não havia uma opção de continue. Achei que meus saves tinham sido deletados por alguma falha na bateria. Todas aquelas horas e horas de trabalho duro e esforço tinham sumido. Bem, de qualquer maneira, eu provavelmente teria feito um novo file.

Comecei o jogo novo e mais coisas estranhas começaram a ocorrer. Eu me vi no laboratório do Professor. Ele estava diferente. Seus olhos eram negros sem pupilas, e ele tinha um olhar severo no rosto. Isso, juntamente com a distorção roxa que havia no seu lado esquerdo, o deixava muito perturbador. Todo o diálogo de texto era normal, mas as partes com vozes pré-gravadas, que mencionei anteriormente, estavam distorcidas. Elas eram lentas e graves. Me lembrou as vozes dos demônios de shooters mais antigos, como Doom... Mas, além destas coisas, que atribuí ao cartucho, o jogo estava normal... Ou, pelo menos, eu achei que estava. Tudo isso estava me deixando apreensivo, mas eu era um homem da ciência. Eu não acreditava em fantasmas, ou Deus, ou Inferno, e me orgulhava de superar os medos irracionais dos quais muitos sofriam. Ah, como era bom ser jovem.

Fui para o primeiro curso, a praia. Havia mais distorções visuais. Nenhum dos Pokémon tinha pupilas, apenas puros olhos negros. No chão, embaixo de onde os sprites dos Pokémon estavam, havia um círculo roxo. Aparecia até mesmo embaixo dos Pidgeys que voavam. Outra coisa estranha era que o céu era verde claro e não havia nuvens ou sol.


Os movimentos dos Pokémon eram antinaturais e frios, como se estivessem com medo de alguma coisa. Eu joguei o curso inteiro, mas, quando tirava fotos, o Pokémon que estava no quadro desaparecia. Um pouco preocupado com isso, não tirei fotos de Pokémon que só valeriam mais tarde, como Snorlax ou Chansey. Quando me aproximei do portão de saída, me virei e vi um dos círculos que indicava que havia um Pokémon me seguindo, mas não tinha sprite.Tirei uma foto e fui levado de volta para o laboratório. 

Selecionei todas as imagens para o Pokémon Report, mas, estranhamente, a última foto que tirei não estava lá. O processo de avaliação foi normal, mas, no final, o Professor disse: "Bom trabalho.” Houve uma breve pausa, e então ele falou: "......você o deixou entrar, não deixou? Bem, você sabe o que isso significa....vá para o túnel.” 

Presumi que ele estivesse se referindo ao Tunnel Course, então fui para o mapa, e o curso estava disponível. Quando entrei nele, notei que eu já tinha todas as ferramentas: a maçã, a Pester Ball, e a Pokéflute. Eu fiz o curso e vi que ele tinha as mesmas distorções visuais da praia. No final, joguei uma maçã no Electrode que fica próximo às rochas e a passagem para o vulcão se abriu. O Electrode parecia estar em extrema agonia, diferente das explosões cômicas que normalmente apareceriam no jogo. Ele parecia estar implorando por ajuda. 

Quando a cutscene de Todd indo para o vulcão apareceu, vi o anel roxo sem sprite novamente. Ele me seguiu. Estranhamente, não voltei para o laboratório após descobrir o curso, como deveria. Simplesmente fui levado até o nível do vulcão. Um rápido panorama da área mostrou que as distorções estavam ficando piores. Quando me movi para frente, as Ponytas e as Rapidashes apareceram correndo, e então pularam na lava e gritaram num tom grave. Todos os Pokémon faziam isso quando eu me aproximava. Finalmente, cheguei ao ovo, que bloqueava a passagem. Para prosseguir, é preciso jogar uma maçã no ovo, mas todas as minhas ferramentas tinhas sumido. Isso era um problema, mas eu aproveitei oportunidade para comer alguma coisa. Não pausei o jogo porque não havia necessidade. Quando voltei, vi o anel roxo novamente. Ele estava no mesmo lugar, imóvel, atrás de mim. Eu também vi algo vindo de longe. Era o Electrode do túnel rolando pelo caminho. Aquele Electrode devia ter o sido o que eu havia explodido, já que havia um olhar de raiva e vingança em seu rosto. Eu não podia fazer nada para escapar, então simplesmente sentei e assisti. Assim que ele tocou em mim, explodiu, o que fez o buggy virar e cair na lava. Uma cutscene apareceu, mas era lenta e com um áudio bizarro. Era possível ouvir os gritos de Todd, que estava queimando e se debatendo.

Eu voltei para o laboratório, e o Professor parecia irritado. Ele disse: "Você o deixou chegar até você, não deixou? Bem, você só tem a si mesmo para culpar." A tela ficou preta e os cursos selecionáveis apareceram. O Professor estava sozinho, e a única opção na tela era “HELLL”, que estava escrito com três Ls. Não havia opção para voltar, então não tive escolha, a não ser selecionar o curso. 

A câmera deu zoom no corpo queimado de Todd, e metade do seu corpo estava embaixo do buggy. Tudo era ultra-realista, e o corpo e o carro estavam num pedestal de pedra que flutuava num mar infinito de fogo e lava. Todos os Pokémon dos quais e tinha tirado fotos estavam na lava, gritando em agonia. Subitamente, houve o flash de uma câmera. A câmera voltou-se para uma figura com demoníaca, que estava tirando fotos do corpo. Depois de algumas fotos, ele esmagou a cabeça de Todd e tirou mais algumas. Então, uma voz baixa, porém aterrorizante, veio da TV, dizendo “Diga xiiiiiiis”. Por um segundo, o meu quarto se iluminou. A tela ficou preta e o console desligou.

Eu apertei reset, porque sabia que era apenas um jogo e não poderia me machucar. Aquilo tudo era um tanto perturbador, mas eu já tinha visto pior na internet. Eu queria descobrir o que vinha depois. Quando a tela reapareceu, junto com o menu, a única opção era o álbum. Eu apertei A, e imediatamente desejei nunca ter feito isso. O álbum tinha centenas de fotos, todas de cenas de mutilação e tortura. Muitas destas fotos envolviam crianças. Elas não estavam em 64-bit, mas pareciam ser figuras autênticas que haviam sido escaneadas. Nesse ponto, eu estava nauseado, mas as coisas ficaram piores. O próprio jogo foi até a última página e deu zoom na foto final. Era a foto que eu tinha tirado do anel roxo sem sprite... Mas, agora, havia algo sobre ele. Era uma imagem do meu corpo morto flutuando acima do chão. E havia uma câmera atravessando minha cabeça. 

A tela ficou preta. Eu estava tão aterrorizado com tudo aquilo que quebrei a fita em dois e joguei as metades em lixeiras diferentes. Alguns dias depois, perguntei à minha mãe se ela tinha feito algo com o meu cartucho de Pokémon Snap. “Ah, sim...”, ela disse. “Quando nos mudamos para cá, eu estava levando a caixa para o porão, e o jogo caiu e quebrou. Quando fui pegá-lo, vi que ele tinha caído dentro de uma fresta. Não consegui encontrá-lo. Desculpe por não te contar, mas achei que você não o queria mais.” Eu devo ter parecido chocado, porque minha mãe perguntou se estava tudo bem. “Sim”, respondi. “Eu estou bem.” Decidi não contar a ela. 

Uma semana se passou e eu estou trazendo a minha história para a Internet, na esperança de que possa ajudar mais alguém, ou, pelo menos, entreter. Desculpe-me pela extensão do texto, mas sinto que os detalhes são necessários. O que mais me assusta não são as fotografias ou a minha imagem morta. O que me assusta é a coisa no meu porão que pode fazer um jogo quebrado ficar daquele jeito. Ainda bem que eu vou me mudar logo."


Pelo menos, você tentou...

Original: Creepy+Pasta

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