quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Pokémon: Strangled Red Version

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"Há um monte de histórias por aí sobre jogos hackeados de Pokémon. Algumas delas são bem feitas, como aquela sobre a versão em que você ganha um fantasma como inicial. Algumas são ridículas também, histórias bobas sobre pessoas morrendo depois de jogar, ou sobre o jogo falando com ela. Deus, esses escritores não sabem que menos é mais quando se trata dessas coisas? Ah, bom, eu estou me desviando do assunto.

Eu cresci interessando nesses jogos hackeados que são aparentemente vendidos em qualquer loja suspeita, no Ebay, ou dados por gente sem teto para passantes aleatórios. Eu não tive o prazer de conhecer essas pessoas estranhas, eu simplesmente encontrei essa fita popular numa lixeira quando o caminhão de lixo veio recolher o lixo do meu vizinho. Eu notei o jogo e perguntei ao cara do lixo se eu podia levá-lo, e ele não pareceu se importar. Tinha sido jogado fora, afinal de contas. Eu, claro, chequei com o meu vizinho para confirmar se eles realmente não queriam, e eles pareceram perplexos, como se nunca o tivesse visto na vida. O filho deles até quis, um garotinho que viu o Charizard na fita, dizendo “Pokémon! Mamãe, eu quero!”, mas a mãe dele disse que não, já que eu tinha encontrado. Ele nem tinha um Game Boy, só gostava de Pokémon.
Não pensando mais nisso, eu simplesmente voltei para casa, olhando para o adesivo da fita no caminho. Apenas uma simples versão Red, o adesivo levemente rasgado pelo pescoço do Charizard, mas isso já era esperado de um game tão velho. Eu tive a versão Blue quando criança, então, estava um pouco ansioso para as, embora mínimas, diferenças que a versão Red tinha. Eu fiquei desapontado pelo que vi quando a tela de título apareceu.
“Pokémon: Strangled Red Version.”

Droga, era um hack. Hacks eram até legais e tal, mas eles tinham zero de valor monetário, os originais até que eram valiosos agora, e eu queria jogar Red, não esse negócio. Mas, bem, era de graça, eu poderia ao menos tentar. Porém, o nome era estranho, Strangled Red? Isso não fazia sentido, nem mesmo numa mórbida descrição de alguém sendo asfixiado, já que as pessoas ficam azuis quando sufocam, não vermelhas. Quem sabe, talvez havia um par desses hacks e eu peguei o vermelho.
Quanto mais eu pensava sobre isso, mais interessado eu ficava. Meu desapontamento inicial virou curiosidade, eu queria saber o que criador tinha feito, e eu ia anotar tudo o que eu via. A primeira coisa estranha que eu notei na primeira tela foi que havia um Charizard do lado do treinador ao invés de um Charmander, e, também, os Pokémon nunca mudavam que nem nas versões originais, só ficava o Charizard, mesmo depois de cinco minutos de espera. Dando de ombros, eu apertei start, percebendo que não havia o som do Charizard como eu achava que deveria ter.
Eu vi que tinha uma opção “Continue”, e decidi que faria o que todo mundo faz com esses jogos usados: ver o que o dono anterior havia feito.
“...Não...”
Pisquei, surpreso. Não? O que você quer dizer com não? O jogo não me deixava continuar por nada, apesar de que, na quarta tentativa, eu ouvi o som do Charizard, baixo e quase inaudível, mas estava lá. Desistindo, eu apertei New Game, como eu teria feito depois de checar o file anterior, de qualquer jeito.
A tela ficou preta por um momento, sem Professor Carvalho, sem tema inicial, nada. Eventualmente, a tela apareceu, mostrando um quarto, duas camas, duas TVs e um computador num canto. O sprite do meu treinado era o normal, consistente com a versão Red original. Eu estava intrigado sobre porque não tinha perguntado meu nome, mas isso foi respondido quando eu abri o menu, vendo que o meu treinador se chamava “Steven”. Não, esse não é meu nome real ou qualquer coisa assim, esse game não tem vida própria e nem é assombrado, pelo menos, não que eu saiba, era só um nome já escolhido. Curioso, eu vi que ele tinha a quantidade inicial de dinheiro, nenhuma insígnia. Ele não parecia Red, seu cabelo era mais longo, quase chegando no meio das costas, o sorriso normal de Red substituído por um sorrisinho confiante. Honestamente, eu achei esse sprite muito mais maneiro que o de Red.
Depois, eu chequei seu Pokémon, um único Charmander, nível cinco, chamado “Miki”. Nada estranho sobre ele... Ou, eu deveria dizer ela, com o nome e tudo. Ela tinha os stats normais de um Charmander, sabia apenas Scratch e Tail Whip, coisas básicas. O game parecia relativamente normal. Retornando ao jogo, eu andei pelo quarto, notando que o cabelo longo de Steven estava presente nas costas do meu sprite de treinador quando minhas costas estavam viradas para a câmera. Eu não reconheci a casa, mas desci as escadas para ver mais. No andar de baixo, havia outro treinador, que falou comigo no instante em que apareci.
Mike: Já está pronto?
Steven: Já.
Eu considerei esse “Mike” como meu rival, pré-decidido para mim, um substituto de Blue, apesar de que eu me lembrava do quarto ter duas camas, percebendo que eles não eram rivais, eram irmãos. Eles falaram um pouco, diálogo básico do Pokémon, se tornar um mestre Pokémon, capturar todos eles, coisas assim, antes de terem uma pequena discussão sobre quem era melhor, Charmander ou Squirtle, o que, é claro, levou ao uma batalha introdutória, como a VS. Blue no laboratório. Bastante simples, Scratch, Tackle, Scratch, Tackle, até que eu ganhei simplesmente por ter tido o primeiro turno. Eu escrevi sobre como o sprite de Steven em combate era muito melhor que o de Red, uma pose diferente, parecendo que seu cabelo estava ao vento, uma melhorada leve, mas, ainda assim, melhor. Eu deixei a casa depois de zoar um pouco meu “irmão”, sendo recebido pelo tema de Pallet Town. Indo para o leste, eu descobri que essa era, com certeza, Pallet, a casa estava simplesmente mais longe, no oeste. Eu notei que não havia um misterioso campo de grama como na Pallet normal. Andando por aí, decidi checar a casa de Red. A mãe dele estava lá, e, quando eu falei com ela, ela comentou sobre o quão bonito Steven era, esperando que seu filho usasse ele como um exemplo quando se tornasse um treinador no próximo ano, o que me fez finalmente perceber que esse jogo se passava um ano antes do Pokémon original. Red estava no andar de cima, jogando SNES no seu quarto, comentando “Eu também vou ser o melhor quando for minha vez!”
Eu estava começando a gostar desse hack. Era interessante, uma aventura completamente nova, um personagem diferente, caramba, Steven até parecia ter uma história com as pessoas dessa cidade, uma reputação, uma personalidade além de um protagonista silencioso. As pessoas da cidade falavam com ele como uma pessoa, mantendo uma conversa, não só tagarelando aqueles tutoriais. Até a irmã de Blue tinha um novo diálogo, eles pareciam estar namorando, já que o diálogo terminou com um beijo e um coração em cima da cabeça dela.
O Professor Carvalho simplesmente me desejou sorte, me dando uma Pokédex para me ajudar na minha aventura. Ele não estava me dando para ser a razão por trás da aventura toda, como em qualquer outro jogo de Pokémon por aí, ele me deu só por gentileza, algo para me ajudar no meu caminho, um presente. Eu estava gostando disso mais e mais a cada segundo, o jogo parecia ter uma história de verdade agora! Eu era alguém, não só um protagonista anônimo que qualquer um pode ser, não só uma tela em branco que pode ser substituída sem que ninguém perceba.
A história era diferente, apesar de que a jogabilidade era a mesma. Eu fui para o norte como precisava, fui de cidade em cidade, consegui insígnias, recebi os elogios dos líderes. A fama de Steven parecia se espalhar, já que alguns NPCs falavam com ele como se o conhecessem.
Eu usava Miki em toda batalha, e ela estava crescendo surpreendentemente rápido. Ela acabou com Brock facilmente, até derrotou Misty sem nenhum problema. Ela não era tão afetada por ataques super efetivos como outros Pokémon, causava mais dano do que um um Charmander normal, ela tinha uma incrível potência! Ela até se tornou um Charizard no nível vinte cinco, nada mal, devo dizer.
As coisas começaram a ficar estranhas quando eu cheguei a Lavender Town. Eu sei, eu sei, Lavender Town é o foco por trás de toda história assustadora, mas era o único lugar perceptivelmente diferente. Não havia invasão da Equipe Rocket, o que eu achei estranho, apesar de que lembrei que isso era um ano no passado, então a invasão não ia acontecer até que chegasse a hora do Red. Eu tentei entrar na Pokémon Tower, querendo pegar um Ghastly, mas foi aí que ficou esquisito.
Steven: Eu não tenho razão para estar aqui...
Steven não entrava na Pokémon Tower, não importasse o que eu fizesse. Isso era estranho, eu quero dizer, caramba, há milhares de lugares em Kanto em que você não precisa estar, como pequenas casas aleatórias com nada além de NPCs de crianças, por exemplo. Por que era aqui que Steven não podia entrar? Ignorando, eu percebi que não precisaria de um Ghastly, já que Miki resolvia qualquer coisa, então simplesmente continuei no meu caminho, Lavender Town servindo apenas como um lugar com um Poké Center.
O game progrediu normalmente daí, os ginásios restantes sucumbiram e eu eventualmente cheguei à Liga e derrotei-os. Com Blue, meu “irmão” Mike estava lá antes de mim, iniciando a batalha, a qual Miki acabou facilmente. O que se seguiu depois da batalha foi agradável, nenhuma das tensões que está presente entre Red e Blue no final da partida deles, os irmãos parabenizaram um ao outro pelo progresso deles e apertaram as mãos, antes da tela ficar branca, sem Hall of Fame ou créditos.
Quando a tela voltou, eu estava em casa de novo, os dois irmão sentados ao computador, conversando.
Steven: Eu não quero...
Mike: Vai, eu só vou pegá-la emprestado por um segundo para terminar a Pokédex, não vai ter registro a não ser que ela me reconheça como mestre por um momento.
Steven: Mas ela é minha Miki...
Mike: Eu prometo que vou devolvê-la, vai, por favor?
-> Sim?
Não?
Eu estava um pouco perplexo, então apertei Não, só pra ser cauteloso.
Mike: Vai, por favor?
NÃO
Mike: Vai, por favor?
Eu percebi que isso se repetiria até eu apertar sim, então foi isso o que eu fiz, só para ver o que aconteceria.
Mike: Certo, isso só vai levar um segundo, e então, nós dois vamos ser mestres Pokémon!
Steven: ...
A tela mudou para a animação mostrada quando duas pessoas trocam Pokémon, o que eu achei estranho, já que eu estava sozinho, mas, que seja, isso era o que aparentemente tinha que acontecer. Miki foi primeiro, eu assisti indiferente quando ela começou a passar pelo tubo de troca.
SNAP!
Isso me fez pular, o som súbito ressoando meu quarto silencioso, alto por causa do volume estar no máximo. Eu notei que o jogo pareceu travar, Miki ainda no meio da troca, mas o jogo não estava fazendo nada. Com um suspiro, eu desliguei o jogo, imaginando quando era meu último save. Quando o game voltou, eu encarei por um momento a tela inicial, não tinha Charizard do lado do treinador. Apertando start, eu vi que a opção de New Game estava ausente, deixando apenas Continue. Isso era... Estranho, no mínimo, então eu selecionei-a, o jogo começando sem ao menos mostrar meu status, como deveria.
Meu queixo caiu com o que eu fui recebido.
UM ANO DEPOIS
O tema de Lavender Town veio primeiro, tocando normalmente, a tela lentamente aparecendo da negritude. Steven estava na Pokémon Tower, o que fez a música ficar ainda mais estranha, já que a torre tinha seu próprio tema. Ele estava na frente de uma lápide, sem fazer nada. Imaginando o que estava acontecendo, eu apertei A.
Steven: ...
Confuso, eu tentei andar, notando que eu estava no controle no momento. Eu abri o menu e chequei meu time. Miki tinha sumido. Não só Miki, todos os Pokémon. Ele não tinha nada, a Pokédex estava ausente do menu, sua mochila estava vazia. Honestamente preocupado agora, eu chequei seu Trainer Card.
Ele não tinha dinheiro. Ele não tinha insígnias. Seu tempo de jogo era 8975, o que era impossível, já que eu só tinha 30 no último save. Mas essa não era a parte mais estranha.
A imagem dele, a imagem do jovem treinador bonito e confiante estava... Diferente. Seus olhos estavam vazios, o rosto levemente virado para baixo, o sorriso tinha sumido, substituído pela falta de qualquer expressão, todo aquele cabelo longo, antes num estado perfeito, estava agora bagunçado e mal cuidado. Eu não podia mais olhar para ele, fechando o menu, eu fui sair da torre, mas, com cada passo que fazia eu me afastar da lápide, a tela dava um pulo, como acontece quando um Pokémon está envenenado. Engolindo em seco, eu abri o Trainer Card de novo, a imagem ficando pior. Com cada passo que eu dava, ele abaixava a cabeça mais e mais, o ombro caído, ele se inclinou. Quando eu saí da torre, ele estava de joelhos, mãos no rosto, o cabelo sobre ele.
Eu já tinha adivinhado o que estava acontecendo, mas isso definiu tudo. Eu comecei a juntar as coisas na minha cabeça. Eu sempre imaginei porque não tinha um campeão nos jogos originais além do seu rival. Porque você, o protagonista, tinha que derrotar seu rival, quando ele simplesmente aparecia lá, sem um campeão anterior para desafiar. Então, me aconteceu. A resposta estava lá.
O campeão anterior tinha desistido.
Sua preciosa Miki estava aparentemente morta, e, com ela, morreu também uma parte dele. Sua Pokédex, suas insígnias, sua fama, tudo, ele jogou fora. Naquele ano, o ano que eu perdi, o ano em que todas aquelas horas surgiram, eu até fiz a conta, há 8765 horas num ano, adicione isso às minhas 30 de antes e os resultados batem.
Mesmo assim, o jogo continuou, isso devia ser um final, eu pensei, quero dizer, o que mais havia para fazer? Eu não tinha Pokédex, nenhum Pokémon, nada. O que eu deveria estar fazendo? Eu falei com todos da cidade, mas todos eles diziam as mesmas coisas.
“Você está bem?”
“Ainda lamentando, ao que parece...”
“Tudo vai ficar bem...”
“Por favor... Tem algo que possamos fazer?”
Steven nunca respondia a eles, e todos eles simplesmente diziam a mesma coisa de novo e de novo. Eu não podia deixar esse jogo de lado agora, era tão estranho. Curioso, eu fui para a grama alta, e, eventualmente, entrei em uma batalha com um Rattatta. Nenhum Pokémon foi lançado, só o sprite de Steven. Eu estava imaginando como eu iria batalhar.
RATTATTA selvagem deixou você aí.
A batalha acabou sem nada acontecer. Isso era certamente interessante, e aconteceu com todos os Pokémon que eu encontrei.
PIDGET selvagem ignorou você.
PONYTA selvagem foi embora.
A música também nunca mudava. Não importava aonde eu fosse, Lavender Town saía do Game Boy, me seguindo, às vezes ficando levemente mais devagar, às vezes não. Eu procurei em todos os lugares, todas as cidades, falei com todo mundo, imaginando o que eu deveria fazer. Minha frustração estava se misturando à atmosfera depressiva, fazendo a experiência ser desconcertante e desconfortável, mas eu não podia me separar disso. Eu estava começando a ficar um pouco bravo, também, ninguém me dizendo nada além de me dar suas condolências e tentar me dar itens como LEMONADE ou COFFEE, cada um respondido com:
Steven: ...Não...
Eu me dei um tapinha pro causa da minha idiotice, subitamente percebendo que a resposta mais lógica estava bem na minha frente, Pallet Town, é claro! Eu fui lá, mas isso tomou um longo tempo, tendo que andar, sem Pokémon para voar, nenhuma bicicleta, e Steven parecia se mover só na metade da velocidade normal, o que não era muito diferente. Primeiro, eu tentei falar com o Professor Carvalho.
“Essas coisas acontecem... Você só foi azarado.”
Depois, tentei a irmã de Blue.
“Por favor... Não vá embora de novo...”
A mãe de Red nem sequer falou comigo. Sem nenhum outro lugar para ir, eu fui para o oeste, encontrando a casa do começo, a qual eu nunca entrei desde deixar Pallet Town. Dentro, estava Mike, mas falar com ele era tão inútil quanto.
Mike: Eu sinto muito...
Eu pensei por um momento se esse era mesmo o final, Steven condenado a fazer nada além de andar por Kanto em miséria, assombrado por memórias, forçado a ouvir as preocupações de todos sobre ele. Como um último esforço para fazer algo, eu fui para o quarto e me movi até a cama.
Steven: Eu vou dormir...
A tela ficou preta por um momento, mas, então, lentamente apareceu de novo, o mundo com um tom mais escuro, o sprite de Mike na outra cama, eu assumi que isso significava que era de noite.
Steven: Eu vou fazer isso…
Fazer o quê? De novo, eu não tinha idéia, tentei investigar tudo no quarto, nada aconteceu. Quando eu deixei a casa, outro diálogo.
Steven: AQUILO pode trazer ela de volta... AQUILO pode fazer qualquer coisa...
O que era AQUILO? Algo que podia fazer qualquer coisa, eu não conseguia descobrir o que era. Andando por aí, eu tentei deixar Pallet Town da maneira normal.
Steven: Não é aí.
Ele não ia mais longe, eu tentei as casas.
Steven: Que se danem eles...
Eu levantei uma sobrancelha para isso, esquecendo por um momento que isso não era um jogo de Pokémon real, a vulgaridade apenas me pegou desprevenido. Eu continuei a olhar ao redor, mas não tinha nenhum lugar que eu podia ir, até que eu acidentalmente pisei no oceano, e Steven entrou nele, apenas a metade superior do seu sprite visível, como os nadadores que você encontra no ginásio de Cerulean. Eu não sabia que ele podia nadar...
Steven: O que está perdido... (No original, “the missing one”)
O que está perdido? Eu pausei por um momento, ele não podia estar falando... Isso, eu não tinha tentando o truque do MissingNo nesse hack ainda, mas encaixava muito bem, isso deveria ser o que ele estava querendo dizer. Eu “nadei” até Cinnabar. Eu comecei a sentir que algo estava fora do lugar, mais do que já estava. Silêncio. A música de Lavender Town já tinha parado, não tinha barulho, nem nenhum Pokémon. Eu continuei, encontrando Cinnabar e nadando para cima e para baixo na costa leste.
MISSINGNO selvagem apareceu!
Steven: Meu...
MISSIGNO selvagem foi capturado!
O quê? Steven não fez nada, ele só comandou aquela atrocidade de dados corrompidos para se juntar a ele, não, tornar-se sua possessão, e assim foi. Eu estava ficando mais e mais perturbado por isso tudo, checando o menu, vi que MissingNo não estava no meu time, mas era um item, fazendo as coisas ficarem ainda mais esquisitas. Eu chequei seu Trainer Card também. Steven estava de costas para mim, seu cabelo longo atrás de si, suas mãos nos bolsos, nada mais. Lembrando o que ele tinha dito no começo da noite, eu soube o que tinha que fazer...
Eu saí da ilha e fui na direção nordeste para, onde mais, Lavender Town. No caminho, percebi que todos os treinadores, ainda estranho por estarem fora a essa hora, não olhavam para Steven, todos eles virando-se quando ele passava, até os que normalmente ficam parados. Eu tentei falar com um dos guardas em uma casa.
“Apenas vá…”
Todos eles diziam a mesma coisa, apesar de que teve uma frase que fez arrepios descerem pela minha espinha.
“Às vezes, morto é melhor.”
Minhas mãos estavam suando nesse ponto, Steven estava para tentar o impossível, algo que alguns veriam como um crime contra a natureza, o que muitas dessas pessoas fazia como sua opinião. Eu me recompus, era só um jogo, e eu iria completá-lo.
Levou uma eternidade para chegar à Pokémon Tower, mas eu eventualmente cheguei lá, respirando fundo e indo até a lápide. Eu lembrava qual era, a imagem de Steven na frente dela estava gravada na minha mente, afinal de contas. Primeiro, eu tentei inspecioná-la.
Steven: Miki...
Nada aconteceu. Nervoso, eu abri o menu e selecionei MissingNo na mochila.
CARVALHO: Steven, não o use!
Eu me lembrei de quando o Professor Carvalho magicamente diz que você não pode usar um Key Item em algum lugar, como quando se tenta usar a bicicleta numa casa, apesar de que a mensagem era diferente dessa vez, e, pior ainda, Steven respondeu.
Steven: Num mudo que me enganou, por que eu deveria jogar de acordo com as regras...
Steven usou ISSO!
…………………
…………………
…………………
…………………
Steven recebeu M@#$!
Que raios eu tinha recebido? Eu não posso te dizer, porque o jogo tirou meu controle. Sem meu comando, Steven começou a sair da torre por vontade própria, andando passo por passo. O tema de Lavender Town começou de novo quando ele deixou a torre e começou sua horrivelmente lenta jornada contra a minha vontade. Toda vez que ele cruzava uma das fronteiras, a música mudava, ficando progressivamente mais lenta, mais e mais perturbadora, quando ele chegou em Cerulean City, era só um murmúrio demoníaco. Eu simplesmente fiquei lá, assitindo-o, tentando imaginar aonde ele estava indo, mas estava ficando mais e mais óbvio. Ele estava indo para Pallet Town.
A música tinha parado quando ele chegou lá, tocando nota por nota. Ele foi exatamente aonde eu imaginava, direto para sua casa, dentro, e no andar de cima. Nesse ponto, não tinha música, Steven se movia passo por passo, parando na cama do irmão, virando para encará-lo. Primeiro, eu pensei que o game tinha congelado, ele não fez nada, apenas ficou ali, e eu não podia movê-lo. Eu, porém, descobri que podia abrir o menu. Eu estava com medo de olhar, mas não podia me conter. Eu selecionei seu Trainer Card.
Houve um som baixo de rosnado, como um som distorcido de um Pokémon. Steven estava olhando para mim de novo, diretamente para a tela. Ele estava curvado, a franja escurecendo seu rosto, seu cabelo estava selvagem e desarrumado. Por entre a franja, não tinha nem um rosto, só preto, dois olhos vermelhos olhando direto para frente, e um sorriso branco contrastando com a escuridão. Isso não era tudo.
Seu nome era agora S!3v3n.
Eu não podia parar de olhar, meus olhos grudaram nos dele, sem quebrar o contato por algum tempo. Minha visão foi ficando embaçada até que eu não consegui mais ver direito, meu rosto ficou molhado. Eu estava chorando, como um bebê. Não tinha nada que eu pudesse fazer para segurar as lágrimas. Eu estava com esse garoto desde o início, eu o levei à grandeza, e fui, então, forçado a assistir seu declínio depois de um acidente trágico, e agora... Ele era isso. Essa coisa, essa abominação.
Eu o assisti ficar louco.
Engolindo as lágrimas, secando os olhos, eu fechei o Trainer Card e tentei salvar o jogo, querendo apenas sair. O game me informou que isso era impossível.
“Nada pode ser salvo agora.”
O menu não fechava, não importava o que eu fizesse, então, sem outra opção, eu chequei a mochila, nada aconteceu. Eu chequei os Pokémon, e havia um. Um único sprite me recebeu, tinha zero HP, seu status: DED, seu nome M@#$. Eu selecionei-a, e foram me dadas quarto opções.
->STATUS
“É ela…”
->TROCAR
“Nunca”
->FECHAR
“…Não…”
->ESTRANGULAR
Meus dedos tremendo, eu selecionei ESTRANGULAR, e o menu fechou, mostrando Steven no quarto de novo.
S!3v3n: Adeus...
SNAP!
O jogo desligou. Eu estava mais intrigado do que assustado. Um pouco em choque, eu liguei-o de volta, a tela de título mostrando o S!3v3n maníaco e um Charizard horrivelmente distorcido. Eu apertei start, e, então, Continue.
Tudo o que eu vi foi uma visão mais distante de Pallet Town, mostrando a casa de Steven no oeste, grama alta ao redor dela, aquelas pedras não-movíveis bloqueando-a do resto da cidade. A imagem estava completamente estática, sem música, sem movimento, antes de ficar branca e voltar para a tela de título.
Estava como quando eu a vi pela primeira vez. Um treinador e um Charizard. Eu tentei apertar Continue.
“...Não...”"

Traduzi meio às pressas, se tiver algum erro, me avisem, por favor. EDIT: Revisado e corrigido, meu deus, quantos erros escabrosos eu deixei passar.
Tá tudo bem, Steven... Eu fico do mesmo jeito quando vou trocar meus Pokémons. :(

História original: f yeah pokemon creepy-pasta

7 comentários:

  1. fooooooooooooda. este foi muito bem feito,sempre me da vontade de jogar estes hacks

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  2. Oba, então consegui achar um bom. \o/

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  3. Melhor creepypasta até agora! A tradução ficou boa! Lost Silver, Snow on Mt. Silver e todos esses parecem tão inúteis agora!

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  4. Faz tempos q eu estou a procura de uma boa creepy
    se você puder , traduza o Ninetales Curse, e o Absol and Ninetales do f yeah pokemon creepy-pasta, sao muito boas e seria bom q fossem traduzidas

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  5. Esssa foi melhor agora terror black parece rdicula agora

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  6. Esssa foi melhor agora terror black parece rdicula agora

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  7. Esssa foi melhor agora terror black parece rdicula agora

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Comenta, pelo amor de deus.